sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Nuno Markl deixa a Antena 3e vai para a Comercial

É pena, espero que o deixem ter a liberdade criativa a que nos habituou na antena 3. Deixo aqui o texto de despedida que se encontra no seu blog (http://havidaemmarkl.blogs.sapo.pt/).


Mudar de poiso para me entregar a um novo e promissor projecto é sempre uma sensação firmemente colocada ali entre o doce e o amargo, sobretudo quando se sai de uma rádio que tanta felicidade - nas mais variadas formas - me deu ao longo de 5 anos. Mas é assim a vida! Obrigado por tudo à Antena 3. Foi este o texto que disse hoje aos microfones da Antena 3, nos últimos minutos das Manhãs da 3, numa edição especial do Há Vida em Markl... no meu último dia naquela rádio:

“Nada é fácil na minha vida. Nada corre bem à primeira. Desde sempre.”
Com estas palavras começava o primeiro Há Vida em Markl de sempre – no dia 11 de Outubro de 2004, às 8h20 da manhã. E são palavras que, 5 anos depois, não estão exactamente erradas – as coisas acontecem quase sempre de uma forma razoavelmente atrapalhada na minha vida, mas acabam por acontecer.
Aconteceu-me vir trabalhar para a Antena 3, há 5 anos. E foram dos melhores 5 anos de rádio da minha vida – e acreditem que tenho muitos anos de rádio. Menos que o Artur Agostinho – mas mais do que a Carolina Patrocínio. Que, até ao momento, penso que tem zero. Foram dos melhores 5 anos de rádio da minha vida, porque não é sempre que se trabalha com uma tal overdose de liberdade, de estímulo para que eu experimentasse coisas novas e esticasse o meu humor e a minha criatividade, para ver até onde é que eles iam... sem se partir. E sim, às vezes partiram-se. Não muitas vezes, porque eu sou extremamente talentoso, mas mesmo quando se partiram, tudo isso fez parte da maravilha que foi poder fazer aqui coisas como o Há Vida em Markl, o Laboratolarilolela, O Livro dos Porquês, o Nuno e Nando, o Coisas Que Acontecem e o Pedro Galvão Markl. Este último convém dizer que não é uma rubrica nem um programa de rádio – é o meu filho e também ele foi feito na Antena 3.
(Não literalmente na Antena 3. Não comecem com fantasias.)
Mas acontece que, para além de ter encontrado aqui o meu nirvana radiofónico de criação, encontrei também aqui a incrível mulher com quem partilho a minha vida e várias fraldas repletas de fezes.
Por isso, foi perfeito – incluindo aqui, no meu conceito de perfeição, as fraldas repletas de fezes. Mas chega a altura, na vida de um homem, em que ele sente que tem de ser um pouco cão. Eu explico. Havia uma série nos anos 80 chamada O Pequeno Vagabundo.
O Pequeno Vagabundo era a história de um cão que resolvia casos em sítios e que, no fim de cada episódio, feliz por tudo ter corrido bem no sítio onde estava, sentia o apelo de ir para outro sítio, carregado de boas memórias. Meus amigos, eu hoje sou esse cão – mas sem as partes mais desagradáveis de urinar em todo o lado e de cheirar o rabo aos meus pares. Qual pequeno vagabundo, saio para abraçar nova aventura, noutras paragens mas não o quero fazer sem agradecer a muita gente – o auditório da Antena 3, composto por ouvintes de altíssimo gabarito, extremo bom gosto musical e que tanta inspiração e óptimo material me foram enviando durante estes cinco anos, seja sob a forma de assuntos de que queriam que eu falasse, seja sob a forma de canções para o Laboratolarilolela; e, obviamente, a toda a equipa da Antena 3 – primeiro pela hospitalidade, à chegada, se exceptuarmos aquele incidente com os seis galifões e o taco de baseball (não aconteceu nada, estou a brincar); e depois por generosamente terem emprestado as suas vozes a vários projectos que aqui fiz, como por exemplo a radionovela Perdidos no Éter.
E há que prestar uma homenagem especial às duas pessoas com quem partilhei as manhãs nestes últimos meses – Luís Oliveira e Joana Dias. Têm talento, têm humor, têm corpos mais bonitos que o meu e um entusiasmo tal pela vida que são eles que me têm convencido que, se calhar, até é capaz de ser giro patinar no gelo.
HUM... Não, agora que penso nisso, não é giro. Mas eles são.
Não posso dizer o mesmo do Jorge Botas – só nesta parte do ser giro. O Botas conseguiu provar-me que a brutalidade pode ser uma forma de simpatia e amizade. Vou ter saudades de o ouvir a insultar-me diariamente, por isso pretendo gravar insultos avulsos do Botas que irei usar como despertador no telemóvel, a partir daqui.
Foram cinco anos do camandro dos quais me irei lembrar até ter 95 anos – depois disso, temo que o meu cérebro comece seriamente a ser afectado pela normal degeneração provocada pela idade avançada e pelas doses industriais de álcool que pretendo começar a consumir a partir dos 50.
Obrigado por tudo. E, mais forte do que nunca... um forte abraço.

2 comentários:

Anónimo disse...

É com grande pena minha que vejo o Markl a sair da Antena 3!
Foi a minha companhia no automóvel durante todos estes anos!

Espero que não lhe "cortem as asas" pois ele merece ter toda a liberdade para nos fazer rir!

Ricardo

alexmasife@msn.com disse...

Adoro o markl para mim e dos melhores comediantes em portugal e tinha umas óptimas rubricas, mas entre a antena3 e radio comercial a antena 3 e muito melhor tem melhor musica e não se limita a passar da moda, e a antena3 tem melhor programas a antena 3 ainta tem o Alvim, e bruno aleijo e etc antena 3 quase forever.