sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Melhores do ano: os álbuns de 2012 para a revista Q



E logo este ano que ouvi muito pouca coisa... resta-me ir aos Best of...
Mas estes ouvi e gostei.
Alabama Shakes

Já começam as listas... e como sempre valem o que valem.

Alabama Shakes, Leonard Cohen, Mark Lanegan (na foto), Mumford and Sons e The Vaccines entre 50 melhores para a Q. Veja aqui a lista completa.

Ao contrário do que a maioria das publicações dedicadas à música tem feito, elegendo os melhores álbuns do ano por ordem hierárquica, a revista britânica Q decidiu escolher os 50 discos que marcaram 2012, sem numerá-los.

Mark Lanegan (na foto), Django Django, Leonard Cohen, Cat Power, Frank Ocean, Bruce Springsteen, Sharon Van Etten, The Killers, Lana Del Rey, Tame Impala e Jack White são alguns dos favoritos da revista Q em 2012 - veja aqui a lista dos discos escolhidos pela revista inglesa, escolhidos por ordem alfabética.

The 2 Bears - Be Strong
Alabama Shakes - Boys & Girls
Alt-J - An Awesome Wave
Paul Banks - Banks
Bat For Lashes - The Haunted Man
Beach House - Bloom
Jake Bugg - Jake Bugg
David Byrne & St. Vincent - Love This Giant
Cat Power - Sun
Leonard Cohen - Old Ideas

Daphni - Jiaolong
Lana Del Rey - Born To Die
Dirty Projectors - Swing Lo Magellan
Django Django - Django Django
Bob Dylan - Tempest
EL-P - Cancer4Cure
Field Music - Plumb
Go-Kart Mozart - On The Hot Dog Streets
Grimes - Visions
Grizzly Bear - Shields

Ren Harvieu - Through The Night
Richard Hawley - Standing At The Sky's Edge
Here We Go Magic - A Different Ship
Hot Chip - In Our Heads
Elton John Vs. Pnau - Good Morning To The Night
Josephine - Portrait
The Killers - Battle Born
Kindness - World, You Need A Change of Mind
Mark Lanegan Band - Blues Funeral
The Maccabees - Given to the Wild

Mala in Cuba - Mala in Cuba
Mumford & Sons - Babel
Muse - The 2nd Law
Frank Ocean - Channel Orange
Orbital - Wonky
Peaking Lights - Lucifer
Plan B - Ill Manors
Emeli Sande - Our Version of Events
Saint Etienne - Words And Music By Saint Etienne
School Of Seven Bells - Ghostory

Bruce Springsteen - Wrecking Ball
Tame Impala - Lonerism
Totally Enormous Extinct Dinosaurs - Trouble
The Vaccines - Come Of Age
Sharon Van Etten - Tramp
The Walkmen - Heaven
Jessie Ware - Devotion
Paul Weller - Sonik Kicks
Jack White - Blunderbuss
Bobby Womack - The Bravest Man In The Universe



Ler mais: http://blitz.sapo.pt/melhores-do-ano-os-albuns-de-2012-para-a-revista-q=f84772#ixzz2DhXH1WL0

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Estreias da semana em Portugal


Publicado originalmente em SplitScreen
Cloud Atlas (Cloud Atlas)


Ano: 2012
Género: Drama, Mistério e Ficção-Científica

Uma história de amor que se desdobra em vários lugares no tempo, durante um período de 500 anos. Personagens conhecem-se, separam-se e voltam a reunir-se em vários ciclos de nascimento e morte. Todas as suas acções e escolhas se interligam e vão ter implicações no passado, presente e futuro. Uma alma é moldada a partir de um assassino e transformada em herói. Cada gesto de bondade é replicado através dos séculos até se tornar em algo inesperado que pode inspirar revoluções, independentemente do espaço ou do tempo, seja no século XIX ou num futuro longínquo. Dos aclamados realizadores Lana e Andy Wachowski (saga "Matrix") e Tom Tykwer ("Corre, Lola, Corre", "Heaven - Por Amor"), chega-nos um épico inspirado no best-seller do escritor inglês David Mitchell, publicado em 2004. O filme conta ainda com Tom Hanks, Halle Berry e Hugh Grant como protagonistas.Outras sugestões:


Mata-os Suavemente (Killing Them Softly)



Ano: 2012
Realização: Andrew Dominik
Argumento: Andrew Dominik
Género: Thriller, Crime

Jackie Cogan é um detective contratado pela máfia para investigar um assalto de milhões a um jogo de póquer que causou o colapso da economia criminal da cidade. Mas entre bandidos hesitantes, assassinos a soldo e aqueles que instigaram o golpe, vai ser difícil manter o controlo sobre a situação. Agora, ele terá de conhecer todos os ardis e, numa corrida contra o tempo, solucionar o mistério e, talvez, salvar a sua própria pele. Inspirado na novela de George Vincent Higgins, com realização e argumento do neozelandês Andrew Dominik ("O Assassínio de Jesse James Pelo Cobarde Robert Ford"), um "thriller" de acção que conta com um elenco de luxo: Brad Pitt, James Gandolfini, Ray Liotta, Sam Shepard, Richard Jenkins, Ben Mendelsohn, entre outros.



Neds - Jovens Delinquentes (Neds)



Ano: 2010
Realização: Peter Mullan
Argumento: Peter Mullan
Género: Drama
1973. Glasgow, Escócia. No limiar da adolescência, John McGill (Conor McCarron) está prestes a iniciar o ensino secundário. Apesar da sua inteligência fora do comum, as probabilidades de progredir na vida estão contra ele: oriundo de uma família disfuncional e pobre, com um pai alcoólico e violento e um irmão constantemente a infringir a lei, o futuro não parece ter muito a oferecer. Assim, com as circunstâncias contra si, John vai fazer um longo percurso que o levará por estradas tortuosas que quase o levarão à perdição. Com argumento e realização de Peter Mullan ("Órfãos" e "As Irmãs de Maria Madalena"), um filme dramático sobre as dificuldades por que passaram os jovens oriundos das classes trabalhadoras escocesa daquela geração. "Jovens Delinquentes" foi o filme vencedor da Concha de Ouro no Festival de San Sebastián de 2010.



Mais Um Dia Feliz (Another Happy Day)


Ano: 2011
Realização: Sam Levinson
Argumento: Sam Levinson
Género: Drama
Lynn e Paul (Ellen Barkin e Thomas Haden Church) são divorciados. Ele assumiu a custódia de Dylan (Michael Nardelli), o filho mais velho; ela, de Alice, Elliot e Ben (Kate Bosworth, Ezra Miller e Daniel Yelsky). Quando Dylan decide casar, a mãe mete-se a caminho até Maryland e segue viagem com os mais novos. E agora, perante uma reunião forçada com a sua família desmembrada e conflituosa, Lynn tem ainda de encarar o ex-marido, a sua extravagante segunda esposa (Demi Moore) e a própria mãe (Ellen Burstyn), que a culpa de todos os problemas. Chegada ao destino, quase sem conseguir respirar, rapidamente se sente à beira de um esgotamento nervoso... Um filme dramático realizado pelo realizador e argumentista Sam Levinson ("Bandidos", "Pânico em Hollywood").



A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians)


Ano: 2012
Realização: Peter Ramsey
Género: Animação
Os guardiões são seres imortais cuja função é proteger as crianças do Mal, preservando a sua inocência, esperança e capacidade de sonhar. Eles trazem a alegria e os sonhos aos seus corações e, enquanto elas acreditarem no poder das artes mágicas, estarão protegidas. Porém, quando o terrível Pitch (Jude Law), um poderoso espírito maligno, decide aparecer e fazer o medo penetrar em todos os corações humanos, a doce Fada dos Dentes (Isla Fisher), o imperturbável Coelhinhomelo (Hugh Jackman), o impetuoso Norte (Alec Baldwin), o destemido Jack Gelado (Chris Pine) e o sábio Sandman decidem unir as suas forças e enfrentarem o combate das suas vidas. Realizado por Peter Ramsey e produzido pelos DreamWorks Animation, um filme de animação em 3D baseado em The Guardians of Childhood, a série juvenil em 13 volumes escrito pelo escritor, ilustrador e realizador William Joyce.



A Minha Canção de Amor (My Own Love Song)

Ano: 2010
Realização: Olivier Dahan
Argumento: Olivier Dahan
Género: Drama, Comédia
Jean (Renée Zellweger) é uma ex-cantora que vive amargurada desde o acidente que a deixou presa a uma cadeira de rodas, sete anos antes. Joey (Forest Whitaker), o seu melhor amigo, é um homem puro que fala com fantasmas e anjos. Quando ele sabe que o seu autor preferido vai dar uma conferência em Nova Orleães, convence-a a percorrer mais de mil quilómetros até lá. É então que, juntos, farão uma longa e decisiva viagem que servirá não apenas para curar algumas das suas feridas mais profundas, como também para reinventar a maneira como ambos se vêem um ao outro. De caminho ela ainda escreverá a mais bela canção de amor de toda a sua vida... Um filme dramático em jeito de "road movie" com argumento e realização do francês Olivier Dahan ("Os Anjos do Apocalipse", "La Vie en Rose"). 
Sinopses: Cinecartaz Público


The Black Keys ao vivo no Pavilhão Atlântico versão Blitz

The Black Keys ao vivo no Pavilhão Atlântico [texto + fotogaleria] -
Dupla norte-americana encheu esta noite a sala lisboeta com o seu rock incendiário. E não ficou um único "Lonely Boy" para contar a história.

Os Black Keys fizeram história esta noite em Lisboa. Frente a um Pavilhão Atlântico bem mais cheio que aquilo que, confessamos, chegámos a temer, Dan Auerbach e Patrick Carney estrearam-se em grande em solo nacional, com um concerto generoso em riffs de guitarra bojudos e bateria com pelo na venta oferecidos a um público sempre ávido de rock - e foi quase tão incendiário quanto Jack White no Coliseu. Mais, Auerbach deu ainda à audiência lisboeta outra coisa que ela muito preza: conversa e alguma bajulação. A descontração do vocalista aliada a grande interação e regada por muitos agradecimentos (não que o público não merecesse ver os seus esforços - palmas, gritos, coros gigantescos, danças desgovernadas, air guitar... Vimos de tudo - reconhecidos) levou os fãs à histeria. 

O início do concerto dos Black Keys chegou a auspiciar o pior: o microfone de Auerbach esteve desligado durante todo o primeiro tema. E "Howlin' For You" não é um tema qualquer, portanto os gritos de excitação, sempre que o vocalista se aproximava da frente de palco, misturavam-se com os assobios de revolta. Nada que a banda de Akron, Ohio, não conseguisse depois compensar com um alinhamento fortemente baseado emEl Camino , disco editado no final do ano passado que ajudou a fazer crescer ainda mais um culto que explodiu com Brothers , de 2010, também em destaque no espetáculo desta noite. A dupla, obviamente destacada na parte da frente do palco, fez-se acompanhar por mais dois músicos, para seguir viagem com um "Next Girl" que finalmente trouxe a voz de Auerbach à vida e um "Run Right Back" que, com a sua bateria corridinha, se tornou um dos temas ganhadores logo no início. 

"Let's keep on moving" foi uma das frases que mais se ouviu sair da boca do vocalista, como que a incentivar o público a não se deixar levar pelo cansaço e a acompanhá-los num espetáculo que ganha pela forma acelerada como avança por entre a violência das guitarras de "Same Old Thing", do já "antigo" Attack & Release , um sexy "Dead and Gone" ou um incendiário "Gold on the Ceiling", que levaram o público ao delírio. "Vamos tocar algumas canções só nós os dois agora", diz às tantas Dan Auerbach, recuando ao lado do companheiro de sempre até aos primeiros álbuns com "Thickfreakness", o para-arranca de "Girl Is On My Mind" e o enérgico "Your Touch". 

O regresso dos restantes companheiros de estrada faz-se ao som da balada "Little Black Submarines" - de guitarra acústica a tiracolo, Auerbach puxa pelos isqueiros e os telemóveis de um público que o acompanha em coro do início ao fimra. A aspereza de "Strange Times", a fugidia "Nova Baby" e o dramático "Ten Cent Pistol" ajudam a preparar o Pavilhão Atlântico para uma sequência final arrebatadora: "She's Long Gone" pega com o assobio gigante e o riff poderoso de "Tighten Up" e já ninguém aguenta sem abanar o esqueleto quando chega "Lonely Boy", cantada em uníssono até a banda abandonar o palco em apoteose - não sem antes vermos finalmente um "crowd surfer" a ser recebido em braços pelos seguranças no fosso". 

O único e curto encore foi bem representativo da energia que os Black Keys destilam em palco. Depois de as luzes se apagarem e da gritaria que serviu de banda-sonora aos momentos em que a dupla se fez esperar, Auerbach e Carney regressaram acompanhados de duas gigantescas bolas de espelhos que pintalgaram o Pavilhão Atlântico de cor. O início do fim faz-se com "Everlasting Light" e o seu falsete sedutor e, logo depois - introduzido pelos agradecimentos finais: "vamos, sem dúvida alguma, voltar. Obrigado por terem vindo" -, atacam furiosamente "I Got Mine", até uma explosão final acompanhada pelo nome da banda a descer do alto, escrita em luzes. Aos Black Keys coube este ano a honra de encerrar os grandes concertos internacionais e souberam fazê-lo com chave de ouro. 

A primeira parte coube aos regressados Maccabees, que se tinham apresentado em julho no palco secundário do Optimus Alive'12. Com uma pontualidade britânica, a banda liderada por Orlando Weeks defendeu, em aproximadamente 45 minutos, o álbum que os levou a serem um dos finalistas do conceituado Mercury Prize. De Given to the Wild , o terceiro disco de originais, a banda londrina retirou a grande maioria dos temas apresentados, mostrando como o seu rock polido soa tão bem quando abusa do reverb ("Child") como quando pisa forte na bateria ("Wall of Arms") ou aposta numa progressão explosiva ("Pelican" mereceu todas as palmas que teve).

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Ah yeah, it’s the Black Keys!


Fonte: Patrícia Naves | pnaves@destak.pt

Estreia em Portugal a saber a curta dos norte-americanos The Black Keys, mais de dez anos após o início de uma carreira que deu um salto de gigante nos últimos dois discos e que os trouxe ao nosso país com as expectativas no ponto máximo. A banda que pegou no blues mais profundo da mais profunda das Américas e misturou-lhe rock a saber a Led Zeppelin, o duo que colocou de novo o rock de raíz no mapa e na moda, não deixou créditos por mãos alheias. Ficarão sempre alguns ‘e ses’ por responder… se os tivéssemos visto antes, noutra sala, num Verão, quando ainda tocavam em clubes escuros e fumarentos, quando Dan Auerbach equiparava na barba Josh T Person. A melhor resposta será que este concerto foi o melhor que podia, quando e como foi; e que por ser aqui e agora, ele foi plena e totalmente de vários milhares de fãs presentes.

Começou insólito e complicado o concerto dos Black Keys no Pavilhão Atlântico de Lisboa, o primeiro espectáculo da sua digressão europeia, depois de um aquecimento eficaz (mas com alguns problemas de som) dos Maccabees, que já mereciam um concerto a solo em Portugal. Também com problemas de som, aliás com Dan Auerbach literalmente sem se ouvir, Howling for You foi um tema quase desperdiçado, uma entrada entre a euforia e os assobios por parte do público, a fazer mesmo temer o pior. 

Problema resolvido e tempo para ver o palco, simples mas com projeções em tela, da banda e de paisagens rudes, os Black Keys apoiados ao vivo por baixista e teclista mas sempre Dan Auerbach (voz e guitarra) e Patrick Carney (bateria) em estratégico ponto central e iluminado, a lembrar uns Jack e Meg White.

«Está tudo bem»? perguntou Auerbauch, e estava ou começava a estar, com Next Girl e Run Right Back, El Camino a lançar o seu brilho. «Vamos continuar» dizia o vocalista entre músicas, dizia constantemente «vamos continuar» e «Ah Yeah» a tudo. «Ah yeah Portugal», «ah yeah» às pessoas, aos aplausos. Um blues man em pessoa, energético, empenhado, clássico, vocalmente impecável; «ah yeah», Dan Auerbach. 

Dead and Gone e Gold on the Ceiling, dois grandes temas também de El Camino, tocados de seguida, trouxeram momentos de euforia total, o Atlântico a parecer mais lotado do que estava, os problemas todos trancados lá fora. Girl Is On My Mind iniciou uma sequência de temas só com Dan e Patrick, que teve ponto alto com Little Black Submarines, cantada em uníssono pelo público, e interpretada em acústico mas fechando com improviso rock. «São um público lindo, é a nossa primeira vez», disse o vocalista, seguindo com Money Maker e Strange Times. Como seria de esperar, muito El Camino no concerto, algum Brothers, e dos temas mais antigos apenas os mais conhecidos, como este. 

Depois de momentos menos eufóricos com Sinister Kid e Nova Baby, de Brothers veio também o magnífico Ten Cent Pistol, melhor exemplo ou epitome de uma banda justamente apelidada de rock mas que vive, transpira e respira o melhor do blues. Nas letras (There's nothing worse/In this world/ Than payback from a Jealous girl), naquele tristeza única na maneira de cantar, nos gritos chorosos da guitarra, no órgão. São os blues a essência e magia dos Black Keys, e perderam-se por vezes ao vivo com o quase inevitável acelerar de muitos temas; mas não nesta, não aqui. 

Após She’s Long Gone, chegam Tighten Up e o incontornável Lonely Boy, dois temas maiores de dois discos (de novo Brothers e El Camino), que sem serem ‘maiores’ do que os anteriores se tornaram também eles absolutamente incontornáveis, numa cena musical ávida por rock puro a cheirar a folk e a bar do oeste antigo, aliás ilustrado nas projeções de uma América tão profunda quanto a sua música. 

Em encore, hora e meia depois do início, duas bolas de espelhos iluminaram o Atlântico, e Auerbach cantou em impecável falsete Everlasting Night, já a cheirar a despedida, e depois da promessa de um regresso em breve. Com I Got Mine, um verdadeiro final apoteótico, Dan literalmente de joelhos, néon com o nome da banda a surgir por detrás. E tudo termina com um dos primeiros hits, em jeito de ode aos discos passados, tão longe de uns Black Keys que hoje em dia têm de processar empresas por uso constante de músicas em anúncios. Não foi um tirinho para um grupo com 11 anos e 7 discos, foi um caminho, foi El Camino; e felizmente não se estragou nada.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Estreia de Black Keys em Portugal é já hoje

Aqui está o concerto que eu não queria perder por nada mas, e infelizmente, por ter de trabalhar não posso. Além do mais já gastei o subsídio de natal ;).

Tenho a certeza que cá virão noutra altura por isso aqui fica a promessa. 


A dupla norte-americana actua esta noite na capital. É para o Pavilhão Atlântico que está marcado um dos concertos mais esperados do ano. O espectáculo desta noite dos The Black Keys conta com The Maccabees, na primeira parte.

Dan Auerbach e Patrick Carney preparam-se para conquistar Lisboa. Requisitados e ansiados pelos fãs, os The Black Keys actuam esta noite, às 20h30, no Pavilhão Atlântico. A estreia da banda norte-americana em terras nacionais vai provar, desta vez ao vivo, porque são um caso de sucesso, com uma carreira bem cimentada. Desde 2002, já lançaram 7 álbuns de originais, que foram apresentados ao vivo nas constantes digressões.

O estilo garage rock que os caracteriza começou a ganhar forma com o 1.º longa-duração, The Big Come Up (2002) e foi-se aprimorado com Thickfreakness (2003), Rubber Factory (2004), Magic Potion (2006), Attack & Release (2008) e Brothers (2010), até chegar a El Camino, editado no ano passado. Este último é o pretexto do concerto de hoje.

Maccabees na 1.ª parte
Os britânicos The Maccabees são os responsáveis pela primeira parte do concerto dos The Black Keys. Depois da elogiada prestação na mais recente edição do Optimus Alive, o grupo regressa ao nosso País, para proporcionar uma noite que será certamente uma verdadeira dose dupla de talento. Recordamos que a banda londrina de indie rock tem uma cover de Lonely Boy – êxito dos The Black Keys – que deverá ser tocada durante o concerto.

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Tome nota
Local Pavilhão Atlântico, em Lisboa
Horário 27 de Novembro, às 20h30 (portas abrem às 19h)
Preço 29 a 39 euros


Vão ouvir esta de certeza.

Ombre, Believe You Me



Publicado em Sound+vision


Ombre 
“Believe You Me” 
Asthmatic Kitty  / Popstock
4 / 5

Este disco é um fruto de uma era (tão recente, mas ao mesmo tempo já distante) em que o MySpace representou importante espaço de comunicação e acesso a outras músicas e outros músicos, das visitas às páginas de amigos, e de amigos de amigos, e por aí adiante, abrindo-se então, por jogos de gosto e afinidades, janelas de descoberta. Foi o que aconteceu entre Helado Negro e Julianna Barwick. Há uns três anos, andando ele de click em click, descobriu a página dela. Eventualmente encontraram-se. E depois de uma colaboração na estrada resolveram prolongar os diálogos em estúdio, criando uma mão cheia de composições que, agora, apresentam sob o nome comum Ombre, através do qual editam o álbum Believe You Me. As suas são vozes criativas distintas, da soma das suas brotando momentos de partilha onde, frequentemente se sentem claras as contribuições (e eventuais momentos de protagonismo) de ambos. Nascido na Flórida, filho de pais emigrados do Equador, Helado Negro cresceu exposto a marcas profundas da identidade cultural latino-americana. Tendo crescido entre o Missouri e a Louisiana, Julianna Barwick transporta na sua música não apenas os ecos das memórias dos coros que escutou e onde cantou, mas também da paisagem verde, rural, que teve como cenário de vida. Num estúdio de Brooklyn juntaram genéticas e vivências, das ideias emergindo uma música que tanto traduz a presença dos ecos das experiências de afinidade folk e psicadélica dele e os tons minimalistas, ambientais e mais translúcidos da música dela. O diálogo que escutamos em Believe You Me soma experiências e interesses. Busca uma ideia de patamar comum, que não apaga nunca a expressão de identidade dos protagonistas. E propõe um espaço de encontro que revela a verdadeira força do que um encontro de vozes distintas pode gerar. Desafiante, mas ao mesmo tempo com traços de familiaridade, é mais um título a acrescentar aos melhores momentos discográficos de 2012.

domingo, 25 de novembro de 2012

Pedro Almodóvar planeia realizar filme de ficção-científica inspirado em clássico dos anos 50

Publicado originalmente em SplitScreen



Depois de um thriller de terror (com algumas nuances sci-fi) com La piel que habito (2011), o realizador espanhol Pedro Almodóvar planeia realizar um filme de ficção-científica, inspirado nos clássicos do género dos anos 50 como Invasion of the Body Snatchers.


O realizador menciona que já tem ideias para o filme e que um dos vários guiões que tem são desse género, mas ainda não sabe quando acabará por se dedicar realizar esse projecto. Neste momento, Pedro Almodóvar está na fase de pós-produção do seu próximo filme, uma comédia intitulada Los amantes pasajeros, com previsão de estreia em Março de 2013 em Espanha.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Only God Forgives

Publicado em SplitScreen

Foi revelado um promo poster, com vista à sua promoção perante distribuidoras norte-americanas, do filme Only God Forgives, a mais recente parceria entre o realizador dinamarquês Nicolas Winding Refn e o actor Ryan Gosling, depois de Drive (2011).


O filme centra-se num tenente da polícia em Bangkok e um gangster que tentam resolver as suas diferenças numa partida de muay thai. A Ryan Gosling juntam-se ainda Kristin Scott Thomas (The English Patient), Tom Burke (Chéri) e Sahajak Boonthanakit (The Lady).
Only God Forgives tem previsão de estreia a 23 de Maio de 2013, na Dinamarca.

As Voltas da Vida



Ano: 2012
Realização: Robert Lorenz
Argumento: Randy Brown
Género: Drama
Depois de uma vida dedicada ao basebol como olheiro, Gus Lobel sente a perda de algumas faculdades resultantes do avançar da idade. Com a direcção do Atlanta Braves a questionar as suas capacidades, é-lhe dada uma última oportunidade de provar o seu valor antes da reforma. Agora, a única pessoa em quem ele pode confiar é Mickey, a sua única filha, com quem sempre teve graves problemas de comunicação. Vinte anos antes, após o trágico falecimento da mulher, Gus, sentindo-se incapaz de cuidar de uma criança, enviou-a para casa de uma tia, que se responsabilizou pela sua educação. Ressentida, a rapariga cresceu com vontade de singrar, tornando-se numa das mais bem-sucedidas advogadas de Atlanta. Agora, percebendo as dificuldades com que o pai se debate, junta-se ao progenitor na sua última viagem à Carolina do Norte numa tentativa de encontrar a nova estrela da equipa. Forçados a uma intimidade inesperada, os dois vão reinventar uma cumplicidade que renovará o amor de ambos. Realizado por Robert Lorenz, "As Voltas da Vida" conta com as participações de Clint Eastwood, Amy Adams, Justin Timberlake, Matthew Lillard e John Goodman.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Blind Moon – “Nothing Left to Lose”

Published here


Josh Cohen cites My Bloody Valentine, Portishead, and Brian Jonestown Massacre as some of his biggest influences. Under the name Blind Moon, he creates a sound steeped in dream-pop and shoegaze, with hypnotic methods of production he compares to the feeling of “dizziness.” The artist does a great job of describing his work: “The songs are based around a wall of sound which comes from crazy amounts of guitar tracks being layered on top of each other,” Cohen says. “Another extremely important part of my music is the layered, delayed, and washed-out vocals. All of what has often been described as ‘dizziness’ is then held together by a tight, mostly unaffected underlying rhythm from the drums and bass.” The description makes Cohen sound like a veteran of recording, but in reality he’s a college student living in the Logan Square neighborhood of Chicago, where over the past summer and fall he recorded the gorgeous Almost Nowhere EP. It’s an album that shows Cohen as well beyond his years, crafting delicate and ethereal tracks you’d expect from dream-pop and shoegaze heroes.

As is often the case, the EP tackles issues of unrequited love, which Cohen says has been “very relevant in my early years of adulthood.” There’s certainly a somber dream-like pacing to much of Cohen’s material, but it’s nothing that stymies the majestic beauty from peeking through. On the stunning “Nothing Left to Lose”, his vocals are soothing and understated, with a whirring guitar tremolo and swaying accompaniments leading the way. Cohen adjusts his voice beautifully throughout, lifting to effervescent heights during the choruses and remaining stoically somber during the trickling verses. His vocals possess a pleasant versatility that alters between soft dream-pop and ferocious rock, similar to Billy Corgan’s lushest efforts. Cohen’s superb “Cookoocoo” sounds like a cousin of Smashing Pumpkins classic “Porcelina of the Vast Oceans”. It’s thatgood. Thanks for hitting my sweet spot, Blind Moon. The Almost Nowhere EP will be on repeat for awhile.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

The Velvet Underground “The Velvet Underground + Nico”





Universal 
5 / 5 (álbum) 3 / 5 (extras)
Celebram-se em 2012 os 45 anos de Velvet Undreground and Nico, o álbum de estreia dos Velvet Undreground e o disco que podemos entender como aquele que abriu um espaço diferente no panorama musical da sua época estabelecendo princípios fundamentais daquilo que, algum tempo depois, acabaria reconhecido como “música alternativa”. É atribuída a Brian Eno uma afirmação que dá conta da influência invulgar e marcante que este disco teve no seu tempo, ao afirmar que “poucos foram os que, na época, terão comprado o álbum, mas raros entre esses milhares de compradores foram os que não formaram, logo depois, uma banda”... Juntavam-se aqui experiências e visões distintas sob um tecto comum. Das vivências pop que Lou Reed conhecera anos antes aos caminhos mais próximos da música de vanguarda pelos quais John Cale tinha já passado, juntando ainda as personalidades de Sterling Morrrison e Moe Tucker, para o álbum de estreia contando a banda com a contribuição – pouco pacífuca, mas convenhamos que determinante – da voz de Nico. Tudo isto sob a visão de Andy Warhol, na verdade o produtor que pouco agiu sobre a música senão dando-lhes ingulgar sentido de liberdade, ao mesmo tempo concedendo-lhes uma “caução” junto do mundo das “artes” e visibilidade mediática, assim como uma capa icónica, uma das mais célebres da história dos discos. O álbum de estreia, que editaram em 1967, mostrava-os diferentes entre os diferentes, aliando a sensibilidade “de rua” das palavras cruas de Lou Reed (falando de drogas, de dealers, de desejo e sexo) a uma música angulosa, de arestas não polidas, mas intensa e livre nos caminhos que tomava, do registo da balada pop a mais viscerais descargas de energia. Agora, 45 anos depois, e perante tantas reedições que o álbum já conheceu, a nova versão “deluxe” opta por juntar ao alinhamento do álbum e a uma mão cheia de versões alternativas, um segundo disco com o acetato “cortado” a 25 de abril de 1967 com os resultados das sessões nos Scepter Studios e gravações, estas até aqui inéditas, de ensaios realizados na Factory, em janeiro de 1966. Afinal, ainda há factos e sons para descobrir em volta de um dos álbuns mais influentes (e falados) da história.

Podem encomendar aqui e mandar entregar lá em casa.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Kevin Bacon investiga serial killer no trailer da série The Following


Foi divulgado um trailer da série “The Following”, estrelada por Kevin Bacon (“X-Men: Primeira Classe”). O vídeo dá ênfase aos elementos investigativos da trama e apresenta o culto de seguidores iniciado pelo assassino em série Joe Carroll (James Purefoy, da série “Rome”), destacando uma vítima que escapou do psicopata, Sarah Fuller (Maggie Grace, de “Busca Implacável 2″).

A nova série é uma criação de Kevin Williamson, showrunner de “The Vampire Diaries” e roteirista da franquia de horror “Pânico”. O suspense gira em torno de um ex-agente do FBI (Bacon), que lidera uma busca para capturar um assassino diabólico que lidera uma seita de serial killers. O piloto do programa foi dirigido por Marcos Siega, que também dirigiu o piloto de “The Vampire Diaries” e o cultuado filme teen “Garotas Malvadas” (2005).

“The Following” será exibido a partir de 21 de janeiro no canal americano Fox.

Benicio Del Toro viverá o famoso traficante Pablo Escobar


O ator Benicio Del Tero (“O Lobisomem”) vai viver o famoso traficante colombiano Pablo Escobar no filme “Paradise Lost”. O projeto foi escrito pelo ator italiano Andrea Di Stefano (“Nine”), que também fará sua estreia como diretor. A trama seguirá o mote de “O Último Rei da Escócia”, usando a história de Pablo Escobar como pano de fundo para um enredo mais abrangente. A informação é do site da revista Variety.
Del Toro está acostumado a trabalhar em filmes sobre cartéis de drogas. Ele está atualmente em cartaz com o filme “Selvagens”, no qual vive um traficante mexicano desalmado, e ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu desempenho em “Traffic” (2000), vivendo um policial que se revolta contra a corrupção orquestrada pelos cartéis mexicanos.
O filme contará a história de um jovem surfista californiano, que descobre ter se apaixonado pela sobrinha do chefe do tráfico internacional de cocaína.
Alguns documentários sobre a vida do mais famoso traficante do mundo já foram realizados antes, como “Ciudadano Escobar” (2004), do colombiano Sergio Cabrera, e “Pecados de Mi Padre” (2009), baseado nas lembranças do filme de Pablo Escobar e dirigido pelo argentino Nicolas Entel. Mas a mirabolante história do traficante ainda não foi transformada em ficção.
Ao longo dos anos, diretores como Oliver Stone (“Selvagens”), Joe Carnahan (“A Perseguição”) e Antoine Fuqua (“Atraídos pelo Crime”) mostraram interesse em realizar sua cinebiografia, mas nenhum projeto chegou a sair do papel.
As filmagens de “Paradise Lost” estão marcadas para começar em março.

FX renova "American Horror Story"; Jessica Lange regressa para a terceira temporada


Publicado originalmente em SplitScreen
O canal FX anunciou a renovação de American Horror Story para uma terceira temporada de treze episódios, a estrear em 2013. Criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk, esta é uma antologia de histórias de terror, com produção e narrativa diferentes a cada temporada.

A estreia da segunda temporada registou 5,5 milhões de espectadores (incluídos os dados do DVR), com 4,07 milhões entre o público alvo. Até ao momento, dos cinco episódios exibidos, a série tem registado a média de 3 milhões de espectadores, que sobe até 5,2 milhões se contamos com os dados de DVR.

A terceira temporada voltará a contar com uma nova história e elenco, estando contudo já confirmada a presença da actriz Jessica Lange - que protagonizou as duas primeiras temporadas - num papel diferente, mas ainda por revelar.


Lana Del Rey - Paradise


Even after selling nearly three million copies of her debut album worldwide, Lana Del Rey still faced a challenge during 2012: namely, proving to critics and fans that Born to Die wasn't a fluke. In that spirit, she released Paradise, a mini-album close to Christmas, one that finds her copying nearly wholesale the look and feel of her vampish Born to Die personality. The sound is also very familiar. Strings move at a glacial pace, drums crash like waves in slow motion, and most of the additional textures in these songs (usually electric guitar or piano) are cinematic in their sound and references. Del Rey is in perfect control of her voice, much more assured than she was even one year ago, and frequently capable of astonishing her listeners with a very convincing act, even while playing nearly the same character in each song. There's really only one difference between Born to Die and Paradise, but it's a big one. Instead of acting the softcore, submissive, '60s-era plaything, here she's a hardcore, wasted, post-millennial plaything. She even goes so far as to tell her audience that she likes it rough (in words that earned the album a parental advisory sticker), to ask whether she can put on a show, and at her most explicit, proffering a simile that compares the taste of an intimate part of her anatomy to Pepsi. Granted, at the age of 26, she still has a few things to learn about lyricism, also resorting to cliché and baby talk in a manner that may fit the persona in a song, but doesn't result in great songwriting. (For examples, check "Body Electric," with the lines "Elvis is my daddy, Marilyn's my mother, Jesus is my bestest friend" and "We get crazy every Friday night, drop it like it's hot in the pale moonlight.") For all the progress and growth Del Rey shows in the vocal realm, her songwriting appears to be in stasis and the productions behind her have actually regressed from Born to Die. (The inclusion of a cover, "Blue Velvet," is not only a perfect match for her style, but also a hint that she performs up to better material.) Still, all of this is merely the fodder for her continuing controversy and popularity. Del Rey puts it better here than anyone else, with another simile: "Like a groupie incognito posing as a real singer, life imitates art."Even after selling nearly three million copies of her debut album worldwide, Lana Del Rey still faced a challenge during 2012: namely, proving to critics and fans that Born to Die wasn't a fluke. In that spirit, she released Paradise, a mini-album close to Christmas, one that finds her copying nearly wholesale the look and feel of her vampish Born to Die personality. The sound is also very familiar. Strings move at a glacial pace, drums crash like waves in slow motion, and most of the additional textures in these songs (usually electric guitar or piano) are cinematic in their sound and references. Del Rey is in perfect control of her voice, much more assured than she was even one year ago, and frequently capable of astonishing her listeners with a very convincing act, even while playing nearly the same character in each song. There's really only one difference between Born to Die and Paradise, but it's a big one. Instead of acting the softcore, submissive, '60s-era plaything, here she's a hardcore, wasted, post-millennial plaything. She even goes so far as to tell her audience that she likes it rough (in words that earned the album a parental advisory sticker), to ask whether she can put on a show, and at her most explicit, proffering a simile that compares the taste of an intimate part of her anatomy to Pepsi. Granted, at the age of 26, she still has a few things to learn about lyricism, also resorting to cliché and baby talk in a manner that may fit the persona in a song, but doesn't result in great songwriting. (For examples, check "Body Electric," with the lines "Elvis is my daddy, Marilyn's my mother, Jesus is my bestest friend" and "We get crazy every Friday night, drop it like it's hot in the pale moonlight.") For all the progress and growth Del Rey shows in the vocal realm, her songwriting appears to be in stasis and the productions behind her have actually regressed from Born to Die. (The inclusion of a cover, "Blue Velvet," is not only a perfect match for her style, but also a hint that she performs up to better material.) Still, all of this is merely the fodder for her continuing controversy and popularity. Del Rey puts it better here than anyone else, with another simile: "Like a groupie incognito posing as a real singer, life imitates art."

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Massacre no Texas, de Tobe Hooper (1974)

Para mim continua a ser um dos filmes mais interessantes do género!

Em 1974 um grupo de amigos resolveu pôr mãos à obra e criou um dos grandes clássicos do cinema de terror moderno, na vertente slasher. Na cadeira de realizador estava um senhor chamado Tobe Hooper, que mais tarde viria a ser (e ainda hoje é) um dos nomes incontornáveis do género de terror. Baseado em factos reais, «Massacre no Texas» acompanha a viagem de cinco jovens a uma localidade inóspita daquele estado norte-americano para visitarem a casa abandonada de um familiar de dois deles. O dia não começa da melhor maneira, com notícias sobre um estranho incidente que ocorreu num cemitério do Texas. Mais tarde os jovens dão boleia a uma ainda mais estranha personagem e começa o pesadelo do qual não se irão esquecer tão depressa.

Filmado com poucos meios e com um elenco reduzido, «Massacre no Texas» foi apenas a segunda longa-metragem realizada por Tobe Hooper e continua a ser uma daquelas obras cuja influência se nota em praticamente todos os filmes feitos desde então cuja acção envolve um grupo de adolescentes a ser massacrado como se não houvesse amanhã. As cenas são visualmente muito fortes, mesmo se compararmos com os tão amados torture porn dos dias de hoje (estes um pouco mais fortes, é certo, mas nota-se que vieram beber muita da sua vontade de sangue aqui), e todo o ambiente criado à volta dos carrascos e assassinos do grupo ajuda a transportar o espectador literalmente para dentro do sinistro casarão onde acontece a maior parte da acção. Mesmo quando tentamos desviar a atenção do que se está a passar, não há como escapar a este festim macabro.

E «Massacre no Texas» tem ainda aquele final em aberto fabuloso, com um dos carrascos a dançar no meio da estrada, tão arrepiante como qualquer uma das sequências que entretanto assistimos até chegar ali. Mas o que faz desta segunda obra de Tobe Hooper um enorme clássico dentro do género é o facto de não ter envelhecido mal como aconteceu com outros filmes da altura. Os apertos no estômago que se as plateias devem ter sentido aquando da estreia em Cinema continuam tão fortes como hoje, quase quarenta anos depois. Um grande filme para os amantes do género. Quem não gostar, está avisado que não há-de ser fácil travar conhecimento com uma família texana bastante invulgar (à falta de melhor termo).

Fleetwood Mac em digressão



Stevie Nicks confirma que os Fleetwood Mac vão reunir-se para uma digressão a partir de Abril do próximo ano. Há já vários meses que se especulava um regresso da banda de Stevie Nicks e a cantora veio agora confirmar que, não só haverá uma digressão, como também vão gravar temas novos. Em entrevista à rádio ABC News, Nicks disse estar confiante neste regresso: «Vamos começar os ensaios em Fevereiro, por isso, se tudo correr como planeado, provavelmente vamos estar na estrada lá para Abril ou Maio». A artista acrescentou que o grupo está, também, a trabalhar em material novo mas ainda não há nada oficial: «Não sei... talvez umas duas ou quatro canções mas realmente ainda não conversamos bem sobre isso», acrescentou na mesma entrevista. Entretanto, os Fleetwood Mac são já uma das possibilidades apontadas para o regresso do festival Glastonbury. A organização do evento assegura que ainda não fez quaisquer contactos mas que seria uma boa opção para se conseguir um festival "equilibrado". Os Fleetwood Mac formaram-se em 1967, no Reino Unido.

Blur com parklife ao vivo


Os Blur vão lançar a 3 de Dezembro o CD e DVD "Parklive". Trata-se da gravação do concerto que os britânicos deram em Hyde Park, em Agosto deste ano, por ocasião do encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres. A editora informa que esta edição inclui os novos temas 'Under the Westway' e 'The Puritan'. O espectáculo, que dura cerca de duas horas, rendeu à banda, além do DVD, um álbum duplo que já foi lançado na Internet. Temas como 'Girls & Boys', 'Coffee & TV', 'Song 2' e, claro, 'Parklife', com a participação de Phil Daniels, fizeram parte do alinhamento do concerto.

Acerto de contas

Paul McCartney defendeu Yoko Ono da acusação, que se manteve durante anos junto dos fãs, de ter sido ela a responsável pelo fim dos Beatles. Em entrevista a David Frost, que irá para o ar em Novembro na TV Al Jazeera English, Paul McCartney garante que a viúva de John Lennon não foi responsável pelo fim da banda. «Acho que não a podemos culpar de nada, ela não acabou com o grupo, nós já nos estávamos a separar», afirmou. O músico vai mais além e acrescenta mesmo que Yoko Ono foi uma "peça" fundamental na criatividade de John Lennon: «Quando ela surgiu, parte do seu encanto tinha a ver com aquela faceta vanguardista, a visão dela das coisas, por isso ela mostrou a Lennon outra forma de estar na vida, o que foi muito interessante», sublinha McCartney. McCartney justificou a defesa de Yoko Ono com a opinião de que «sem ela não haveria canções como 'Imagine'». Nesta entrevista de uma hora ao apresentador inglês, o ex-Beatle fala, ainda, da perda da mãe, aos 14 anos de idade, do seu primeiro casamento e, num tom mais leve, do seu papel de pai e avô que descreve como «a minha coisa mais fixe»

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O filme pop/rock de Malick?


Publicado em Sound+vision com adaptações.

Arcade Fire, Black Lips, Fleet Foxes, Neon Indian, Patti Smith, Lykke Li, Christian Bale, Ryan Gosling, Natalie Portman, Rooney Mara, and more

Terrence Malick's Mysterious Music-Centered Movie Set in Austin: What We Know
Olha o "Morrison" em palco outra vez..."

O site Pitchfork apresentou uma notícia sobre a rodagem do “filme-mistério” queTerrence Malick está a rodar em Austin, no Texas, e que terá a música (pop/rock, entenda-se) no centro das atenções. Segundo refere o site, a atriz Rooney Mara tinha já surgido em palco durante uma atuação Black Lips durante o festival Austin City Limits. Depois foi a vez de Val Kilmer fazer o mesmo durante o Fun Fun Fun Fest. Diz a Pitchfork que estas atuações terão sido filmadas por Malick para um filme novo, ainda sem título, que, segundo o IMDB, se centrará em volta da cena musical desta cidade texana. 

Este é um dos quatro projetos recentes aos quais está ligado o nome do realizador. Recorde-se ainda que o seu mais recente To The Wonder, sucessor de A Árvore da Vida, passou na edição deste ano do Festival de Veneza e, até agora (e apesar de comprado por um distribuidor local) ainda não tem data de lançamento prevista para Portugal, sendo quase certo que só deverá acontecer em 2013. 

Na Pitchfork há mais informação:


Here's what we know so far:

The plot:

- Per IMDB: "Two intersecting love triangles. Obsession and betrayal set against the music scene in Austin, Texas."

The actors:

- The film stars Christian Bale, Natalie Portman, Ryan Gosling, Rooney Mara, Cate Blanchett, Michael Fassbender, Holly Hunter, and Skyfall Bond girl Bérénice Marlohe.
- Val Kilmer hasn't been confirmed, though his appearance with the Black Lips at Fun Fun Fun would imply as much.
- Benicio Del Toro is also rumored to be in the film.

The musicians who may or may not appear in the film: 

- The Black Lips, joined on stage by Mara and Kilmer.
- Alan Palomo of Neon Indian reportedly shot scenes for the film
- Fleet Foxes, who were joined by Christan Bale on bongos at last year's Austin City Limits
- Arcade Fire and Iron & Wine, who were also reportedly filmed at last year's Austin City Limits
- Die Antwoord, who were on stage at this year's Austin City Limits while Natalie Portman and Michael Fassbender reportedly shot a scene for the film. 
- Portman was also spotted at Iggy and the Stooges' set at this year's ACL.
- YACHT and Big Freedia, who were filmed at last year's Fun Fun Fun Fest.
-You can see Gosling and Mara hanging in the background in this "behind the scenes" video for Lykke Li's episode of PBS' "Austin City Limits" TV show.
- Patti Smith, who allegedly serenaded Mara during a recent Austin show.
- Florence Welch of Florence and the Machine was spotted with Gosling and Mara at this year's ACL.
- Tegan and Sara, who played the set immediately following.

The setting:

- Fun Fun Fun Fest 2011 and 2012.
- Austin City Limits 2011 and 2012.
- SXSW 2012 (Palomo shot scenes there with Mara).
- Various concerts around Austin.

What else:

- The reports from festivals and live shows probably won't end here. The lead actors are still being spotted around Austin.
- Malick may be filming now, but don't expect to see it any time soon. He's a notoriously slow director: the length of time between Days of Heaven and its follow-up, The Thin Red Line, was 20 years.
- Malick is also at work on another film called Knight of Cups. Bale, Blanchett, Hunter, and Portman also star in that film, which is about "a man, temptations, celebrity, and excess," according to IMDB. Perhaps it's just a casting coincidence, but there's speculation that the two films are linked somehow.
- The non-musical plot point, the one about love triangles? That's pretty much confirmed by the dozens of tabloid reports showing the various actors making out in different Austin locations. Oh look, here's one from Perez Hilton!

Here's Kilmer performing with the Black Lips, while Mara plays guitar on the side of the stage:

terça-feira, 13 de novembro de 2012

101 Greatest Movie Villains

Todos os bons filmes têm os maus vilões... e estes são os melhores vilões de sempre...
Vale a pena a visualização.

sábado, 10 de novembro de 2012

THE DOORS: Sex, Death and Poetry


Bob Dylan was the first rocker ever to be accused of being a poet. Dylan passed the buck, electing Smokey Robinson as “America’s greatest living poet.” When Pink’s teacher catches him writing lyrics in the classroom in Pink Floyd’s The Wall, he dickishly asks, “What have we here, laddie? Mysterious scribblings? A secret code? No! Poems, no less! Poems, everybody! The laddie reckons himself a poet!”

Jim Morrison was rock ‘n’ roll’s first self-declared poet. The words he wrote, whether you love them or hate them, have forgotten them or live by them, would go on to rewrite pop music history forever. “There are things known,” said Morrison, “and there are things unknown, and in between are the doors.”

Now listen to this…I’ll tell you about Texas radio
and the big beat soft driven, slow and mad like some new language reaching your hand with the cold, sudden fury of a divine messenger
Let me tell you about heartache and the loss of god
wandering, wandering in hopeless night
Out here in the perimeter there are no stars
Out here we is stoned
Immaculate

Back in the ’60s the rules of rock were changing. The drugs were kicking in-and with Dylan as leader of the lyrical revolution-setting a heady example. Everyone was free to express themselves in their own way; The Beatles sang of tangerine trees and marmalade skies, the Stones expressed their sexual frustration, the Band went back to the land and The Who wrote rock operas. Jim Morrison set poems to music.

Put aside, for the moment, your preconceptions of Morrison the man-his ghosts, his neuroses, his Oedipal conflicts and drug addictions, his moral relativism, his beard and belly routine, his drunken wiener flaunting and his mojo rising-and realize this:
Morrison was a poet, as sure as Jack Kerouac was a poet. They weren’t always great ones, and yet frequently, they were. Kerouac had a musical scheme mapped out for his poems, a technique he patterned after “the blues,” using choruses and stanzas to frame his ideas. Morrison understood that music can deliver mere words to mystical places. He looked into the same void as the Beat poets, peered into the same mirrors as the Greek poets and paid little mind to the conventions of the geek poets. Where others lyricists drew from blues, folk and Tin Pan Alley traditions, Morrison combined a fascination with Nietzsche, Rimbaud, William Blake, shamanism, American Indians and a dual obsession with sex and death-the beginning and end points of human existence.

Here’s Morrison in his own words: “Our work, our performing, is a striving for a metamorphosis. Right now, we’re more interested in the dark side of life, the evil thing, the night time. But through our music, we’re striving, trying to break through to a cleaner, freer realm. Our music and personalities as seen in performance are still in a state of chaos and disorder, with maybe an element of purity just showing. Lately, when we’ve appeared in concert, it’s started to merge.”

And this: “I offer images. I conjure memories of freedom that can still be reached.” From Morrison’s posthumous collection of poetry, Wilderness: “I’m kind of hooked to the game of art and literature; my heroes are artists and writers…I wrote a few poems, of course…real poetry doesn’t say anything, it just ticks off the possibilities-opens all doors. You can walk through any one that suits you…and that’s why poetry appeals to me so much-because it’s so eternal. As long as there are people, they can remember words and combinations of words. Nothing else can survive a holocaust but poetry and songs. No one can remember an entire novel, but so long as there are human beings, songs and poetry can continue. If my poetry aims to achieve anything, it’s to deliver people from the limited ways in which they see and feel.”

* * * * * * * * * * * * * * * *

As the Morrison myth goes, when Jim was four-years-old, he and his family were driving through the New Mexico desert at dawn. There along the roadside, they came upon a scene that would haunt him for the remainder of his life.

Indians scattered on dawn’s highway bleeding
Ghosts crowd the child’s fragile eggshell mind

A family of Native Americans had been in a terrible accident, and men, women and children lay dying in the sun. Doors keyboardist Ray Manzarek believes that at this moment, Jim was possessed-albeit benign-by the spirit of a dead Indian. Morrison would adhere to this perception.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Misty Fest: Peter Hook ao vivo no CCB, Lisboa




A partir de "Shadowplay" foi sempre a subir: público e banda em celebração da música dos Joy Division. "You're fucking wild", espantou-se Peter Hook. 




Foi exatamente a meio de um concerto de 22 canções que a metamorfose se deu: o que estava a ser um espetáculo recebido com carinho, mas bastante contenção, numa sala solene de lugares sentados, transformou-se subitamente numa coisa rock. Talvez não tenha sido subitamente: uma canção antes, aos primeiros acordes de "She's Lost Control", já a imagem do público pacato com um ou outro braço espetado no ar, seguindo o exemplo do de Peter Hook, tinha sido quebrada por um fã ensaiando uma dança "curtiana", e por duas amigas em furioso headbanging, como que ilustrando a narrativa da canção. Mas foi na 11ª música da noite, "Shadowplay", que a plateia do CCB perdeu a vergonha e se levantou em êxtase, fazendo sua a catarse da canção de Unknown Pleasures e não arredando pé da frente do palco até ao final do concerto. "You're fucking wild, aren't you?", espantar-se-ia Peter Hook antes da despedida com os hinos "Love Will Tear Us Apart" e "Ceremony". 

Até "Shadowplay", o concerto cresceu em lume brando. O Grande Auditório do CCB estava cheio de fãs de gerações diferentes, mas a maioria aparentava ter idade para poder ter vivido os Joy Division em tempo real. Embarcar neste "tributo" à banda de Manchester exige, por parte dos espectadores, um salto de fé: aceitar que, dos Joy Division, só Peter Hook resta em palco (e nem dá grande trabalho ao baixo, concentrando-se mais em cantar; para tocar está lá Jack Bates); entender que Peter Hook não é, nem nos parece que queira ser, Ian Curtis, e que esta noite teremos um concerto e não uma sessão espírita; querer celebrar as canções que apenas dois álbuns imortalizaram na história do rock, independentemente de quem as toca em palco. Ao primeiro tema, a impressão é ambígua: Peter Hook já tinha atuado em Paredes de Coura e na Casa da Música, mas esta é a primeira vez que o vimos e confessamos sentir alguma estranheza em vê-lo mergulhar, com timidez qb, num dos maiores clássicos da banda que hoje se propõe revisitar, "Atmosphere". A canção, como diriam os outros, ainda é a mesma, com a guitarra do muito elogiado Nat Wason a desenhar calafrios pelo pescoço abaixo, mas a voz de Hook, cujo carisma descomplicado desperta de imediato a nossa simpatia, não descola do chão. 

Curiosamente, em canções onde a catarse é mais flagrante e abre a porta à participação do público, como "No Love Lost" e "Leader of Men", que se seguiram no alinhamento, damos menos conta das limitações de Hook, talvez porque sintamos na sua entrega e linguagem gestual um real desejo de homenagear o fogo que animava (e consumia) os Joy Division. Ao longo desta primeira parte do concerto, como dissemos, a imagem que mais retivemos foi a dos fãs que, no meio da plateia sossegada, erguiam os braços para o céu, imitando o gesto de Hook. A energia acumulada de todos os que provavelmente já queriam abandonar as cadeiras foi-se tornando mais palpável ao longo de "Disorder", "Day of the Lords" ou "New Dawn Fades", mas seria realmente a sequência "She's Lost Control" + "Shadowplay" a mudar o rumo do concerto. Demorou, mas aceso esse rastilho, a energia na sala agigantou-se, contagiando a própria banda (um quinteto, com teclista) e "acordando" os seguranças engravatados do CCB. 

Antes do encore, impressionado pelo calor do público, Hook abeira-se dos fãs e toca para eles (ou para as câmaras dos seus telemóveis); precisamente uma hora depois de entrarem em palco, os músicos saem de palco para logo de seguida regressarem, com um singelo "obrigado" do nosso anfitrião. Bebendo do entusiasmo da segunda metade do concerto, o encore trouxe emoção ("Heart and Soul", "Isolation") e gratidão: sempre sem grande foguetório, Hook fez vénias, brindes, bateu palmas aos fãs. E alguns deles, durante "Twenty Four Hours", quase subiam ao palco. Ainda assim, o Prémio Coragem (ou Inconsciência?) terá de ir para o rapaz que, à entrada do segundo encore, batia palmas perigosamente empoleirado no "beiral" do camarote. 

Cá em baixo havia saltos, cabeças desgovernadas, uma loucura quase generalizada e boa de se ver, que as últimas canções só vieram alimentar. "Transmission", "Love Will Tear Us Apart" e "Ceremony" foram o trio do adeus, capaz de deixar os fãs com o coração em brasa (houve uma pequena comoção quando a cortina desceu sobre o palco, antes de os mais dedicados conseguirem o ambicionado alinhamento). 

Aos Joy Division, naturalmente, está associada habitualmente uma aura trágica que a história da banda fundamenta e o som reforça, ou vice-versa. Mas mal "Love Will Tear Us Apart" dá um ar de sua graça, a multidão (que de repente parece 50 vezes maior) irrompe num coro sôfrego, entoando o refrão mesmo antes que Peter Hook cante o que quer que seja. E logo a seguir, "Ceremony" despede-se de Lisboa com as mesmas "carícias malícias" no pescoço que "Atmosphere" nos dispensara à chegada. E nisto damos por nós a pensar que, mais do que o triste fim de Ian Curtis e da própria banda, incrível é como é que, em finais dos anos 70, quatro rapazes se conheceram para criar uma música que ainda hoje (ou sobretudo hoje) faz tanta mossa. É um daqueles mistérios que, acreditando-se ou não no dito, a palavra "destino" ajuda a explicar. 

Texto de: Lia Pereira 
Fotos de: Rita Carmo/Espanta Espíritos