sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

John Cale




Nome incontornável da música do séc. XX, John Cale foi - juntamente com Lou Reed - um dos fundadores dos Velvet Underground, banda mito dos anos 60 e 70, que deixou marcas profundas no panorama da música internacional. Produziu e colaborou com imensos projectos e artistas dos quais se destacam Lou Reed, Nico, John Cage, Nick Drake, Brian Eno, Patti Smith, The Stooges, Happy Mondays e Siouxsie and the Banshees. Em 1963, deixa a pátria, o País de Gales, rumo à febril Nova Iorque. Conhece Lou Reed e Sterling Morrison. Dois anos depois, junta a estes dois Angus Maclise e surge aquela que se viria a tornar como uma das grandes bandas de referência da cena musical alternativa da década – The Velvet Underground. “The Velvet Underground and Nico” de 1967 e “White Light/White Heat” de 1968 são dois álbuns onde Cale deixou a sua marca. Depois, seguiram-se as divergências criativas com Reed e o final anunciado do grupo que Andy Warhol apadrinhou. 


O primeiro trabalho de John Cale fora dos Velvet Underground surge em 1969 quando produz o primeiro disco a solo de Nico, intitulado "The Marble Index". A produção pareceu, na altura, a melhor opção para o músico galês que, em breve, voltou a repetir a tarefa no álbum de estreia dos Stooges. Em 1970, lança o primeiro de muitos bons álbuns de uma longa carreira a solo, “Vintage Violence”, que mostra um Cale mais maduro e amargurado com a vida. 


Quando regressa ao Reino Unido junta-se a Brian Eno. Desta aliança nasce a trilogia "Fear" (1974), "Slow Dazzle" (1975) e "Helen of Troy" (1975). Nos concertos ao vivo Cale transfigurava-se em performances abrasivas, num delírio orgânico bem ao jeito punk, movimento que começava a ganhar forma e adeptos em Inglaterra. Na primeira metade dos anos 80, segue numa direcção mais pop e menos experimental, explorando os sintetizadores e caixas de ritmos. Em 1985, nasce Eden Cale e John sai da cena musical para acompanhar os primeiros anos da filha como um pai orgulhoso e dedicado. 


O início dos anos 90 assinala uma nova era na carreira de Cale. Com Lou Reed grava o histórico “Songs for Drella”, um tributo póstumo a Andy Warhol. Este trabalho foi bem aceite pela crítica e pelo público e levou a um regresso dos Velvet Underground, em 1993, que originou uma digressão na Europa e um disco ao vivo. Mas, mais uma vez, a rivalidade entre Cale e Reed veio ao de cima e voltaram a separar-se. É nesta fase que grava a versão de Cohen – “Hallelujah” – um dos seus maiores sucessos comerciais. Na passagem para o século XXI, John Cale envereda por uma sonoridade mais virada para o rock alternativo e a electrónica. Em 2009, representou o País de Gales – a sua terra natal – na Bienal de Veneza e em 2010 foi nomeado Oficial da Ordem do Império Britânico. Em 2011, chega a Portugal para uma mini-digressão.

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