quinta-feira, 24 de setembro de 2009

AIR




Data de Formação:1995
Local de Nascimento:Paris
País de Origem:França
Nicolas Godin e Jean-Benoît Dunckel são a alma dos Air, um dos muitos colectivos surgidos em França no final da década de 90, responsáveis por um crescendo constante das produções francófonas no campo da música electrónica. A reunião da dupla ocorreu quando Dunckel, que pertencia na altura a um conjunto chamado Orange, conheceu Godin através de Alex Gopher, quando este, também parte integrante dos Orange, convidou Nicolas a juntar-se ao conjunto. Os caminhos entretanto cruzados provaram ser os ideais, e o que é facto é que Gopher partiu em busca da carreira a solo e Godin juntou-se a Dunckel para formar os Air em 1995. As primeiras movimentações ocorreram nos dois anos seguintes, quando gravaram uma série de singles, despertando desde logo o interesse de vários catálogos, acabando por assinar com a Virgin. "Moon Safari" editado em 1998 indicou claramente os preferenciais desejos criativos do duo, embalado pela melhor música disco, mas igualmente com uma série de outras influências, desde a música francesa, aos mais contemporâneos ritmos electrónicos. "Sexy Boy" foi um dos singles vencedores do disco, promovendo mais ainda a imagem de um grupo singular. No ano 2000 o agrupamento francês foi o responsável pela banda sonora do filme "As Virgens Suicidas", realizado por Sofia Coppola, antes de, em 2001, editarem "10 000 Hz Legend", onde partilharam temas com nomes como Beck, entre outros. O disco teve inclusivamente direito a apresentação ao vivo em Portugal em Novembro de 2001, num concerto realizado no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.Já em Fevereiro 2002, a dupla francesa editou um mini álbum de remisturas de temas originalmente incluídos em "10 000 Hz Legend", a que chamou "Everybody Hertz". No Verão do mesmo ano, o escritor italiano Alessandro Baricco convidou JB Duncknel e Nicolas Godin para actuar num teatro enquanto o poeta declamava algumas composições de sua autoria, incluídas na obra "City". O espectáculo foi para a frente e teve lugar no Teatro Valle, em Roma, em Novembro de 2002. Os Air gravaram mais de uma hora de música original, misturada pelo produtor dos Radiohead Nigel Godrich, e os textos de Baricco, sobre histórias do Oeste, foram adaptados à peça.



O Pocket Symphonie, meu favorito de toda a discografia, veio substituir os ansiolíticos e afins.

No Blitz publicaram este texto sobre o ábum que acho coerente evai de encontro ao que sinto quando ouço o álbum.

Câmara lenta Dupla francesa encosta o foguetão à berma e foge num dirigível. Xanax ou medicina alternativa?

O novo álbum da banda que, há nove anos, ofereceu Moon Safari a um planeta pop com sede de ar fresco devia vir com um autocolante colado no plástico da caixa – não a chamar a atenção para o facto de esta ser, de facto, a mesma banda de Moon Safari, mas para obter, precisamente, o efeito contrário. Expliquemo-nos: este não é o duo que, em 1998, combinava o dedilhar parcimonioso de guitarras acústicas com teclados de algodão e orquestrações de pompa subtil roubadas a Burt Bacharach.
Air Pocket Symphony Virgin/EMI Ou dos retro-desvarios de saturação sintetizada de «Sexy Boy» e, mais recentemente, da electrónica desinfectada, lunar mas ondulante de «Surfing On a Rocket». A dupla Nicolas Godin/Jean-Benoît Dunckel reincide na planura estritamente decorativa da banda-sonora de Virgin Suicides, matéria de repetições, fórmulas exploradas em espiral e desapego ao formato canção que fez dos Air astronautas famosos. Não que sejam assim tão cirúrgicos na separação das águas do seu aquário – já havia alguma new-age não-esotérica em Talkie Walkie (2004) –, mas nunca como agora o ritmo foi tão lento, o mutismo tão pronunciado, a imobilidade tão assumida. Não é difícil gostar de Pocket Symphony: a honestidade do título transporta-nos, de imediato, para um conceito de micro-música, minúcia de gastronomia japonesa, precisão de ourives. Exemplos: «Photograph», sucessão de acordes dispostos como tapetes voadores; «Mayfair Song», piano esparso sem adiposidade colateral – muito mais Debussy do que Bacharach; «Spacemaker», período imediatamente anterior ao último cerrar dos olhos, sob colchão de espuma. Mas nem tudo é pacífico nos Air de 2007: Jarvis Cocker e Neil Hannon são convocados e não marcam golos, contagiados que são pelo adormecimento do jogo a meio-campo; «Mer Du Japon», o único momento de maior sobressalto, é uma mera aceleração sem altos e baixos no equalizador. Dunckel e Godin nunca estiveram tão perto da música ambiente e isso é bom e mau, ao mesmo tempo – tudo depende das nossas insónias.

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