sábado, 18 de setembro de 2010

Blonde Redhead “Penny Sparkle”





Editado em 2007 o álbum a que chamaram, simplesmente, 23, marcou uma vontade de mudança de rumo na carreira dos Blonde Redhead. É certo que a sua obra já tinha ensaiado em algumas ocasiões as cores garridas das linguagens pop, e o anteriorMisery Is a Butterfly (2004) havia tacteado caminhos adiante das fundações no waveque em tempos haviam definido a sua identidade. 23 olhava em frente o momento da mudança, propondo um alinhamento de tons suaves, cores garridas e sabores doces que se afirmaria não apenas como um dos grandes discos do ano como era casa para algumas das melhores canções pop dos últimos anos (Silently, por exemplo, ainda hoje é irresistível). Três anos depois, em Penny Sparkle, fica claro que não desejam reencontrar os caminhos que Misery Is A Butterfly e 23 já haviam deixado para trás. Mas, face às cores da mudança reveladas no álbum de 2007, o novo disco parece coisa mais tímida e murmurada… Penny Sparkle é, ao contrário do imediatismo pop de23, um álbum que nos pede algum tempo. Pelo seu alinhamento corre um gosto pela elaboração de cenografias que é já antigo na obra do trio. Mas em lugar da luz sorridente das canções de 23, esta é uma colecção de suaves canções feitas de melancolia outonal. As electrónicas continuam a partilhar o palco com as guitarras, os ambientes tranquilos permitindo sempre o protagonismo da voz de Kazu Makino, num registo sussurrado que acentua o tom discreto de um álbum bem mais discreto que o seu antecessor.

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