quinta-feira, 17 de junho de 2010

«U2 360 at the Rose Bowl», U2


A lesão de Bono foi um pau numa engrenagem que não pode parar. «U2 360 at the Rose Bowl» é a antevisão do que poderão os concertos de Coimbra. E as notícias não são animadoras.
Há muito que a carreira dos U2 é alavacanda no marketing mas desta vez as contas saíram-lhes furadas. O lançamento de «U2 360 at the Rose Bowl» - gravado no ano passado - tinha como missão promover uma digressão norte-americana que acabou adiada devido à operação a que Bono foi sujeito. Os concertos acabaram reagendados mas este documento de palco não.

No regresso às grandes produções, os U2 seguem uma tendência óbvia da sociedade da informação: o desenho 360 do palco tem como objectivo criar um clima de proximidade com os fãs que esgotam os concertos meses antes de eles se realizarem mas por muito que a mensagem se dirija ao esbatimento de fronteiras, o palácio em que a banda vive não se compadece com comportamentos de classe média.

Em «U2 360 at the Rose Bowl» tudo é grandioso menos o mais importante. Por muito que os U2 se esforcem por não soar passadistas, há uma década de canções sofríveis que obriga a que os momentos gloriosos se situem antes do ano 2000. Uma das poucas excepções é «Magnificent» que, não por acaso, é uma criação recente com sabor a nostalgia.

O compromisso com o passado é mais forte que o presente e os únicos sinais de futuro da digressão que irá trazer os U2 a Coimbra em Outubro estão no embrulho do espectáculo, isto é no desenho do palco. Tudo o resto está demasiado dependente de um piloto automático, cansado de interpretar pela enésima vez «With Or Without You» ou «One».

U2
«U2 360 at the Rose Bowl»
Island/Universal

fonte: http://discodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=38910

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