quarta-feira, 9 de maio de 2012

Jack White, Blunderbuss



Jack White 
“Blunderbuss” Third Man Records / Popstock
4 / 5
Passaram cinco anos desde Icky Thump, aquele que seria o derradeiro álbum de originais dos White Stripes (cabendo contudo ao posterior registo ao vivo Under Great White Northern Lights o fechar da loja). Pelo caminho Jack White lançou um segundo álbum com os Raconteurs, dois com os Dead Weather e colaborou numa série projetos pontuais. E foi precisamente de uma sessão agendada para mais uma parceria que nasceu a primeira mão cheia de canções das quais acabaria por emergir o seu primeiro álbum a solo. Criado na sequência de uma separação, todo um mundo de reflexões e auto-críticas que daí decorrem habitando as letras das canções,Blunderbuss tem recebido frequentes comparações ao clássico Blood on The Tracks, um paradigma clássico da noção de breakup album assinado por uma das referências maiores para o músico: Bob Dylan. Mas a personalidade de White é tão evidente de fio a pavio no alinhamento de um disco que não carece do convocar da caução de quem quer que seja para se afirmar como um dos (raros) grandes momentos que a culturarock’n’roll escutou nos últimos tempos. Sem convocar o caráter minimalista que morava em muitas das gravações dos White Stripes, porém encontrando talvez em Get Behind Me Satan algumas possíveis raízes, Blunderbuss é um disco feito de grandes canções por um autor que conhece bem as linguagens que aqui visita. Cruzam-se aqui caminhos diferentes de referencias várias do grande livro do rock’n’roll (dos ecos mais remotos que cita em Trash Tongue Talker ao reencontrar da alma motriz dos próprios White Stripes em Sixteen Salteens), os momentos mais marcantes do alinhamento acontecendo contudo sob o clima rítmica e eletricamente menos intenso de um Love Interruption, Hip (Eponymous) Poor Boy ou o belíssimo On and On and On.Blunderbuss é um disco de ideias seguras moldadas por quem conhece a linguagem que fala e que sabe como a usar

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