segunda-feira, 7 de maio de 2012

FESTin 2012: Os destaques

Publicado em Split Screen


Começa já esta quarta-feira (dia 9 de Maio) a terceira edição do FESTin - Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa no Cinema São Jorge que terminará a 16 de Maio. O FESTin 2012 trará algumas novidades desde já o facto de passar a ser um festival pago (bilhetes entre 2,50€ e 3€) e de se ter fundido com a Mostra de Cinema Brasileiro, anteriormente organizada pela Fundação Luso-Brasileira. Aproveitando esta fusão e no âmbito das comemorações do Ano do Brasil em Portugal, esta edição do festival dedicar-se-á especialmente ao cinema brasileiro. O festival apresenta ainda uma retrospectiva do argentino Hector Babenco (Kiss of the Spider Woman) e do brasileiro Jardel Filho (Pixote). Este ano o festival apresentará uma secção musical com exibição dos documentários brasileiros As Batidas do Samba (2010) e Mamonas Para Sempre (2009), mantendo a secção Mostra Inclusão Social pelo Cinema, que entre doze curtas-metragens de âmbito social, exibirá o filme Nada Fazi, de Joao Miller Guerra e Filipa Reis, vencedor do Prémio de Cinema Português do Fantasporto 2012.
O Split Screen passa a apresentar os seus destaques do certame:


VIPs (2010), de Toniko Melo
Filme de abertura. Wagner Moura (Tropa de Elite) protagoniza a biopic de Marcelo Nascimento da Rocha, conhecido como o maior vigarista do Brasil, acusado de ter forjado dezasseis identidades, entre as quais ter fingido ser o filho do dono da transportadora aérea brasileira, Gol, conseguindo fazer amizade com famosos numa grande festa no Recife. Venceu o prémio de Melhor Filme, Melhor Actor, Melhor Actor Secundário e Melhor Actriz Secundária no Festival do Rio 2010.


Filme de encerramento do festival, marca a estreia no cinema de Tadeu Jungle. O filme é uma comédia centrada na história de um homem (Lazaro Ramos) que não sabe dizer "não", acabando por se envolver numa série de peripécias para agradar ao seu chefe e à sua família. 


Copa Vidigal (2010), de Luciano Vidigal
Documentário estreado no Douro Film Harvest 2011, centrado no campeonato de futebol de favelas no monte do Vidigal (Rio de Janeiro), com o objectivo de trazer a paz de volta numa área em constante disputa entre traficantes de droga.


Eu Eu Eu, José Lewgoy (2009), de Cláudio Kahns
Documentário sobre a trajectória profissional do actor José Lewgoy, traçando fases da história do cinema e da televisão brasileira. Falecido em 2003, o actor é conhecido pelo percurso internacional, raro no cinema brasileiro, tendo até participado no filme Fitzcarraldo (1982), filme de Werner Herzog.


Comédia sobre uma família em dificuldades financeiras que tentam que a filha (Marisol Ribeiro) engravide do cantor famoso Ivan Carlos (Caco Ciocler), para que assim garantam uma pensão. O problema é que não contavam com a mulher ciumenta do cantor, interpretada por Luana Piovani.


Primeira longa-metragem do cineasta Pola Ribeiro, que se foca em temas como o preconceito e os conflitos religiosos. A narrativa-se centra-se num bancário, negro e bissexual, casado com uma mulher branca e evangélica.


Comédia de humor negro na qual o narrador é um liquidificador que ganhou vida quando lhe foi trocada a hélice. No filme, a rotina de um casal é alterada quando o marido desaparece e a esposa vai à polícia comunicar o seu desaparecimento.


Primeira longa-metragem de Gustavo Pizzi sobre a vida de uma actriz que vê a sua carreira mudar depois de uma audição para um filme estrangeiro. Karine Teles (Madame Satã) ganhou o prémio de Melhor Actriz no Festival do Rio 2010.


Adaptação do livro homónimo de Ziraldo sobre uma professora com métodos didácticos muito diferentes do normal, nos anos 40. Protagonizado por Paola Oliveira, o filme marca o último trabalho do recém-falecido Chico Anysio.


A Antropóloga (2011), de Zeca Nunes Pires
O filme retrata Florianópolis com um novo olhar, falando da memória colectiva, usos e costumes da vida de uma comunidade localizada na Lagoa da Conceição, no mesmo cenário onde há 260 anos chegaram povoadores açorianos. O filme conta com co-produção da RTP Açores.


Primeira longa-metragem do português João Marco, produzida de forma independente e inteiramente filmada no Algarve. O filme centra-se em Tomás (Mário Spencer) e Sofia (Joana Costa), casados há cinco anos, mas que acabam por entrar numa grande crise emocional.


Amor? (2011), de João Jardim
Do co-realizador de Lixo Extraordinário (2010), chegam oito histórias diferentes de casos de violência, física ou psicológica, contra a mulher. Numa fusão entre cinema documental e ficção, baseia-se em depoimentos reais, reproduzidos por actores profissionais.


Dez anos após a sua separação e um dia antes da mudança de Júlio para a Noruega, Ana reencontra-o e a seu convite, visita lugares do seu passado e que poderão reacender a chamar desse amor.


Baseado no livro Por Trás do Véu de Isis, de Marcel Souto Maior, o filme segue três mulheres com problemas familiares que recorrem à ajuda do médium Chico Xavier (Nelson Xavier). A actriz Tainá Müller (Tropa de Elite 2) venceu o prémio do Público para Melhor Actriz Secundária, nosPrémios Contigo 2011.


Clara di Sabura, de José Lopes
Da Guiné-Bissau, o filme é inspirado num poema do jornalista Mussá Baldé e centra-se na história de uma menina que apesar de ter sido criada pela sua avó com carinho e protecção, acabou por não acatar os seus conselhos.


Estreia do português Bruno Cativo, centra-se num jovem estudante de cinema que escreve o seu primeiro best-seller aos 21 anos. Pedro Barroso (Doce Tentação) interpreta esse jovem, para quem os bens materiais têm pouco significado, ao contrário da sua namorada (Diana Nicolau).


Febre do Rato (2010), de Cláudio Assis
Vencedor de oito prémios do Festival de Paulínia 2011, incluindo Melhor Filme, centrado em Zizo, um poeta inconformado e de atitude anarquista. "Febre do rato" é uma expressão popular típica da cidade de Recife que designa alguém que está fora de controlo.


Sequela de O Bandido da Luz Vermelha (1968), que imagina a personagem principal trinta anos depois dos acontecimentos, como um presidiário que descobre que tem um filho e resolve encontrá-lo.


O Guri (2011), de Zeca Brito
O filme centra-se na maldição do lobisomem que paira sobre as terras da fronteira gaúcha, em tempos de guerra, sob o ponto de vista do menino Lucas.


O filme aborda a realidade de um jovem que vê o seu estilo de vida mudar quando acaba por ser posto fora de casa dos tios, por quem foi criado. É aí que acaba por conhecer um produtor musical que mudará o seu destino.


O filme relata os dramas sociais vividos no submundo da cidade de Salvador, entre exploração sexual, tráfico de drogas, pedofilia, trabalho infantil e delinquência, num registo da infância brasileira na primeira década do século XXI.


A programação completa pode ser consultada no sítio oficial.

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