domingo, 23 de outubro de 2011

John Grant em Espinho II

Como devem ter lido no post anterior, a actuação de John Grant (JG), em Sintra, foi boa, apesar dos problemas de garganta que  apresentou. É curioso ler que tudo lhe é perdoado, até a falta de encore no concerto de Sintra. Isto acontece porquê?

Pelo que me apercebi em Espinho, a entrega do cantor é brutal e isto acontece em todas as canções. Foi o 1º concerto que assisti em que ouvi o silêncio entre as pausas naturais que surgiam na música, tal era o estado embevecido que estávamos. A sua voz enche por completo a sala e a sua mestria ao piano deixava-nos enlevados. JG explicou a história de cada música no inicio da mesma, dando um novo significado às letras já de si complexas. Tocou duas músicas da sua antiga banda The Czars, "Drugs" e "Los" e, outras novas,"You Don't Have" e "Vietnam" e "little pink house"que entrarão no próximo álbum. JG traz para a sua música as suas vivências dando à música um carácter real e com entidade própria. A sua ironia contagiante percorreu todo o concerto e contagiou a assistência, por momentos senti que estava lá em casa, na minha sala, com um amigo especial a contar histórias ao piano. Foi neste tom intimista que JG nos agraciou com a sua obra.
Foi aplaudido de pé por duas vezes, antes e depois do encore.
Consegui gravar algumas das músicas, mas a imagem é tão má que só vou mostrar esta gravação. O som, esse, nunca poderia sair mal pois é uma voz com um alcance "outer space". Eu, que sou bastante guloso, fiquei a saber que 99% da letra desta música foi "retirada" de um menu de uma geladaria que existe na cidade natal de JG desde os anos 40 e, na qual ele foi, à sua maneira, saboreando a vida. "I wanna go to Marz"... me too!

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