terça-feira, 23 de junho de 2009

Genéricos

Retirado do Blog Sound + Vision
"A arte do genérico cinematográfico tem também os seus criadores específicos e as suas referências clássicas — este texto foi publicado no Diário de Notícias (20 de Junho), com o título 'Começar pelo princípio'.Vale a pena visitar o site “The Art of the Title Sequence”. Como a designação indica, trata-se de celebrar o trabalho dos que concebem os genéricos dos filmes, na certeza de que, muitas vezes, essa porta de entrada não se esgota na sua função informativa, já que contém os primeiros elementos de toda uma ambiência que o próprio filme consolidará.
Encontramos referências clássicas incontornáveis, incluindo as espirais de
Vertigo (1958), de Alfred Hitchcock, ou o pé feminino cujas unhas estão a ser pintadas por mãos masculinas em Lolita (1962), de Stanley Kubrick. Mas há também exemplos recentes como Sala de Pânico (2002), de David Fincher [fotograma em cima], ou Apanha-me Se Puderes (2002), de Steven Spielberg. Para lá da excelência criativa, deparamos com uma arte que, implicitamente, contraria a ligeireza com que alguns espectadores acham “normal” entrar numa sala de cinema já com o filme a decorrer. Em boa verdade, o que distingue os cinéfilos não é qualquer acordo “global” sobre o valor de cada filme: é, isso sim, o respeito pela sua integralidade. Ou ainda: o gosto de começar pelo princípio.

>>> Genérico de To Kill a Mockingbird/Na Sombra e no Silêncio (1963), de Robert Mulligan — concepção de Stephen Frankfurt. "


Sem comentários: