sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O português que tentou salvar Jim Morrison




Ex-'barman' contradiz novo livro polémico


As eternas incógnitas sobre o que terá acontecido no momento da morte de Jim Morrison fazem parte da construção de um dos maiores mitos da história do rock'n'roll. Um mito que conta que, a 3 de Julho de 1971, o vocalista dos The Doors foi encontrado, sem vida, pela sua companheira, na banheira de um apartamento no número 17 da Rue Beautreills, em Paris. Sem evidências visíveis de agressão física, portanto sem hipotético cenário de crime, o corpo não foi autopsiado. E foi decretada morte por causas naturais. Há poucos dias, um livro publicado em França, assinado pelo então gerente do clube Rock'N'Roll Circus, revelou uma outra tese. Em The End: Jim Morrison, Sam Bernett conta que Jim Morrison foi encontrado na casa de banho do seu clube. De corpo inerte, aparentemente vítima de uma overdose. E sugere que ali terá morrido e, depois, transportado até ao seu apartamento pelos mesmos dois homens que algumas horas antes lhe tinham vendido a heroína.


Mas eis que surge quem agora conteste as palavras deste livro que já acendeu a polémica. É português, vive em França e, nessa noite de 1971, trabalhava como barman no Rock'N'Roll Circus. De resto, como relata, foi ele quem, depois de alertado por Brigitte, a porteira, encontrou Jim Morrison caído na casa de banho do clube.


No Rock'N'Roll Circus, a casa de banho e o vestiário ficavam ao nível do rés-do-chão. O clube propriamente dito encontrava-se depois de descer umas escadas, já na cave. A porteira Brigitte tinha um código de chamamentos de alerta aos barmen que trabalhavam no clube. "Já conhecíamos o código", recorda José Simas. "Subi as escadas em dez segundos... E ela disse que ninguém podia entrar na casa de banho... Porquê? Não sabia...", acrescenta. Começou por tentar fazer entrar um braço, depois uma perna, até que conseguiu espreitar lá para dentro. "Vi um tipo, sentado no chão. O meu amigo Claude, que vinha atrás de mim, dizia uma frase do género 'este é um drogado que está aí no chão'. Entrámos. Peguei nele e o meu amigo veio ajudar-me a transportá-lo cá para fora. E aí ficou, amarfanhado...", descreve. Na altura, salienta, não sabia ainda quem era aquele homem.


José Simas conta que Brigitte, a porteira, disse então que ia chamar um táxi. "Numa discoteca, em qualquer país do mundo, se há um problema, fecham a casa. E eu só sabia que aquele era um drogado e que íamos ter problemas", defende o homem que, na altura, somava já alguns anos de experiência na noite parisiense. Só soube que era o cantor dos The Doors mais tarde, entre conversas na discoteca. O aspecto do homem que viu no chão do clube era distinto da imagem em tempos mediatizada. "Estava muito diferente", afirma, olhando para uma foto antiga (e icónica) do cantor.


Segundo o relato do então barman, o corpo inerte de Jim Morrison esperava, então, o táxi, no chão do vestíbulo do clube. Respirava? "Agora é que já não posso afirmar", adverte o português. Mas acrescenta que não teve "a sensação de transportar um morto. Mas não o posso afirmar. Era de noite... era coisa para umas três da manhã. Meti-o no táxi, fechei a porta e seguiu". E sublinha, "foi sozinho no táxi".


"Sei que tínhamos muita gente naquela noite. Ele [Sam Bernett] diz que tinha um amigo médico. Agora quem foi à casa de banho fui eu. E atrás estava o meu colega Claude, que é meu padrinho de casamento. Nós é que o descobrimos, mas o Sam Bernett é que fica com os louros." E remata: "Para mim, esta história foi um dia no Circus", descreve José Simas, que recorda muitas outras situações "como esta".


Não tem particular curiosidade em ler o livro de Sam Bernett, que descobriu através dos jornais. Mas ao regressar a França admite lê-lo.


O facto de se ter cruzado com Jim Morrison na noite em que o músico morreu não mudou em muito a sua relação com o ícone do rock'n'roll que tirou do chão da casa de banho do clube onde trabalhava. Não tinha nem tem discos dos The Doors. Quem o marcou, musicalmente, foi Elvis Presley, que descobriu ao som de All ShookUp, ainda bem jovem.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Best Coast "When I'm With You"

Banda a seguir de pertinho. Para já é a minha banda de suporte no regresso ao trabalho.
Digam lá se não tem qualquer coisinha da Califórnia dos ans 60...
Promete em breve um post mais detalhado sobre a banda.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

The Strokes - last nite (live at TOTP) official video

The Strokes - Hard to explain (live) official video

The 3rd song of the decade

Os suburbios






Os Arcade Fire chegaram depressa ao topo da pirâmide indie (e talvez mesmo do rock geral) com dois álbuns consideravelmente diferentes. Comparar "Funeral" (a estreia de arromba) com "Neon Bible" (o difícil segundo álbum) é o mesmo que sentir a diferença entre um passeio pela Serra do Gerês e uma travessia do Alentejo. "Funeral" é deslumbrantemente alpino e fragmentado, dando-nos os mais variados cenários a cada curva e contracurva; "Neon Bible" é mais plano, com cada música a reproduzir a mesma paisagem do início ao fim - excepção a 'Black Wave/Bad Vibrations', o 'A Day in the Life' dos Arcade Fire, que sofre a meio um corte abrupto do tamanho de um eclipse solar total.






Sem que, aparentemente, o novo álbum "The Suburbs" (capa na imagem) tenha a mesma mina de oiro de "Funeral" ou, até, de "Neon Bible", os Arcade Fire dão a volta de outra maneira, apostando numa maior magnitude, tornando-se ainda mais hercúleos do que já eram. O ideal épico do grupo encontra plataforma num álbum mais duradoiro (16 faixas), mais difícil; e, contrariando os ditados populares, a quantidade leva-os a uma maior qualidade.


À superficície do enorme recheio de "The Suburbs" está uma energia adolescente ainda imaculada que dá a sensação de que os vários anos de sucesso e de vida mais adulta ainda não amoleceram os Arcade Fire. 'Ready to Start', 'Modern Man', 'Empty Room' ou 'Month of May' são canções exemplares para "partir loiça" em qualquer festival (tal como os Arcade Fire tão bem fizeram em Paredes de Coura e no Super Bock Super Rock) e autênticas pilhas anímicas que recuperam o melhor do pós-punk.






E há a ilusão deste ser um álbum mais eletropop que os demais, graças a maravilhas como 'Ready to Start' ou a penúltima faixa 'Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)' que aproxima Régine Chassagne cada vez mais a Jill Birt, a menina dos teclados dos Triffids que também fazia vozes.


Mas por trás da superfície e da ilusão, "The Suburbs" é, na substância, um álbum de baladas, talvez o grande álbum de baladas dos Arcade Fire. O tom do disco é mais contemplativo e cinematográfico, com o fantasma intermitente de Bruce Springsteen à flor da pele. Com maior ou menor dramatismo barroco, 'Rococo', 'Half Light I', 'Wasted Hours' ou 'Deep Blue' (podemos citar mais) são músicas ternurentas que fazem a diferença: em qualquer contexto, em qualquer discografia.






Outro dado agradável reside na orgânica do grupo, onde a liderança de Win Butler, sempre muito espiritual, dá espaço em três ou quatro músicas para a sua companheira Régine Chassagne fazer sobressair as suas tropelias. Claro que "The Suburbs" tira partido destes momentos de feminilidade, invertendo-se aquela lógica sufocante de comandos tirânicos que condenam bandas de eleição (como os Pixies ou os Smashing Pumpkins) a prazos curtos de vida.


«Uma mistura entre Depeche Mode e Neil Young», é assim que os autores definem o novo álbum. De corpo sonoro pop-rockeiro, a alma do grupo parece procurar em fundo outra coisa, algo mais folk e, quem sabe, mais country... Os Arcade Fire acabam de dar um grande passo adiante e já vêem o futuro à frente.









quarta-feira, 18 de agosto de 2010

On the Road no cinema




Interrompo as minhas férias só para deixar aqui esta novidade que considero a melhor desta Silly Season: o clássico On The Road, de Jack Kerouac vai ser adaptado ao cinema sob a direcção de Francis Ford Coppola. Segundo avança o NME Viggo Mortensen será um dos nomes do elenco nesta adaptação que terá como realizador o brasileiro Walter Salles. Entre outros actores já antes anunciados contam-se nomes como os de Kirsten Dunst ou Sam Riley. Considero esta uma grande notícoa porque o On the Road é um dos meus filmes favoritos de todos os tempos, li o livro com um mapa dos EU na mão e imaginando todo o percurso de Sal Paradise ao longo de uma América que estava a mudar radicalmente. On the Road é considerado a obra prima de Jack Kerouac, um dos principais expoentes da Geração Beat estadunidense, sendo uma grande influencia para a juventude dos anos 60, que colocavam a mochila nas costas e punham o pé na estrada. Foi lançado nos Estados Unidos da América, pela primeira, vez em 1957.



Responsável por uma das maiores revoluções do século XX, On the Road escancarou ao mundo o lado sombrio do sonho americano, a partir da viagem de dois jovens – Sal Paradise e Dean Moriaty – que atravessaram os Estados Unidos de costa a costa. Acredita-se que Sal Paradise, o personagem principal, seja o próprio Jack Kerouac. Também são encontrados no livro alguns escritores na forma de personagens, como Allen Ginsberg, como Carlo Marx, e William Burroughs, como Old Bull Lee.

É um livro que influenciou a música, do rock ao pop, os hippies e, mais tarde, até o movimento punk.

Aguardo o filme, se bem que cada leitor já fez um na sua cabeça!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

First Listen: Arcade Fire, 'The Suburbs'






The members of Arcade Fire have always been fascinated by the subtle ways geography informs our lives. With its series of "Neighborhood" songs on the band's 2004 full-length debut, Funeral, the group unpacked the emotional and psychological baggage of seemingly bucolic landscapes, and the sometimes haunted lives of the people who live there. On its latest release, The Suburbs, Arcade Fire turns its attention to ubiquitous, cookie-cutter communities and the impermanent memories they create. The album, which you can hear on NPR Music in its entirety, trolls deftly through a hazy world of failed dreams, lost identity, creeping malaise and, of course, plenty of heartache.


Arcade Fire front man Win Butler began forming the ideas behind The Suburbs in 2009, after receiving a letter from an old friend from his boyhood home outside of Houston, Texas. "He sent us a picture of him with his daughter on his shoulders at the mall around the corner from where we lived," says Butler. "And the combination of seeing this familiar place and seeing my friend with his child brought back a lot of feeling from that time. I found myself trying to remember the town that we grew up in and trying to retrace as much as I could remember."


The search through faded memories led Butler and the rest of Arcade Fire back to the studio, where they laid down The Suburbs' opening and title track. Like much of the album, it's a song that swaggers almost playfully while detailing the boredom and terror of a life that may ultimately be meaningless. "The kids want to be so hard," sings Butler. "But in my dreams we're still screaming / And running through the yard / When all of the walls that they built in the '70s finally fall / Meant nothing at all / It meant nothing."


Arcade Fire's biggest strength, and its most compelling appeal, has always been its gift for crafting songs that are epic but intimate, with incredibly grand orchestrations that feel as wistful and fragile as more delicate bedroom recordings. Much like the very space the band contemplates on The Suburbs, the group creates a sonic world of tremendous breadth, where cacophonous sprawl and tiny lives push and pull against one another wildly, strangely and, ultimately, beautifully.


LISTEN HERE:




http://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=128878239&sc=ipad&f=124289519#playlist

domingo, 1 de agosto de 2010

Interpol com álbum à vista


Estará nas lojas a 6 de Setembro — depois de Turn on the Bright Lights (2002), Antics(2004) e Our Love to Admire (2007), o quarto álbum de estúdio dos Interpol chama-se...Interpol. São promessas de um rock enredado nos labirintos do pós-punk, escolhendo a austeridade das formas contra as facilidades da nostalgia. Primeiro e estimulante cartão de visita: Lights, em teledisco de insólito futurismo, com assinatura de Charlie White.