Publicado por João Lopes em sound + vision
A segunda temporada da série The Walking Dead (Fox) é um pequeno grande acontecimento no panorama das séries televisivas. Desde logo, porque contraria a pompa conceptual (Dexter) ou cenográfica (Downton Abbey) que tem vindo a contaminar algumas dessas séries, adoptando um simpático e linear revivalismo cinéfilo, apostado em celebrar a tradição das histórias de zombies. Mas também, paradoxalmente, porque tal revivalismo tende a esbater-se, dando lugar a uma crescente elaboração psicológica. Seria, talvez, o menos óbvio, mas é o que está a acontecer: esta história de um grupo ameaçado por zombies transformou-se num dramasuspenso em que, subitamente, são testadas algumas noções tradicionais de família, geração e comunidade. Instalou-se, assim, um enigma central que nada tem a ver com o estratagema de Loste afins (em que se vão tirando coelhos da cartola para fingir que está realmente a acontecer alguma coisa): The Walking Dead contempla e escalpeliza o carácter indecifrável da condição humana. As suas promoções, incluindo as frases disparatadas que pontuam os intervalos de cada episódio, bem se esforçam para que nos afastemos, mas The Walking Dead está cada vez melhor.
2 comentários:
Sem dúvida que está a melhorar! Bom artigo!
Zombies rule! :)
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