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Charles Manson - líder de um grupo que há 40 anos levou a cabo uma série de assassinatos brutais - viu hoje ser-lhe negada aquela que deve ter sido a sua última oportunidade de obter a liberdade condicional. Como cidadão, só me posso congratular com esta decisão do tribunal americano. Apesar do horror dos seus crimes, Manson tem tido uma legião de fãs ao longo das últimas décadas (é o prisioneiro que mais cartas recebe na prisão). Se fosse colocado em liberdade, certamente que esses fãs o seguiriam com consequências imprevisíveis...
O que pouca gente sabe é que Charles Manson, actualmente com 77 anos, também foi (é) músico. Um músico mediano, mas ainda assim músico. A cumprir pena de prisão perpétua pelo assassinato (em 1969) de Sharon Tate, a bela actriz e mulher do realizador Roman Polanski (quando foi assassinada estava grávida de 8 meses), Manson lançou em 2008 um disco pela Internet gratuitamente.
Manson, fervoroso adepto de Bob Dylan e dos Beatles (dizia que a música "Helter Skelter" dos Beatles continha uma mensagem satânica subliminar), já fazia música no final dos anos 60 quando fundou a temível e fanática seita “The Family”, da qual Manson era o suposto Messias e que acabou por violar e assassinar a actriz em ascensão Sharon Tate (mais outros 4 amigos). O álbum chamava-se “One Mind”, foi gravado com um gravador portátil ao longo de anos na prisão de San Quentin e tem 16 canções certamente impregnadas de letras alucinadas com traquejo blues e country.
É que Manson tinha como ambição tornar-se numa estrela rock. E pelos vistos ainda continua a manter esse sonho, mesmo atrás das grades.
Sobre o caso do homicídio de Sharon Tate e a liderança “espiritual” de Charles Manson há um interessante filme (2004) que retrata a personagem conturbada e psicótica de Manson:“Helter Skelter – o Caso Sharon Tate”, de John Gray.
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