Em entrevista ao jornal The Guardian, Damon Albarn confessa que Blur só tocarão mais um concerto e Gorillaz estão, também, "extintos". Sobre heroína, comenta que "qualquer experiência pode tornar-se um hábito".
Em entrevista ao jornal The Guardian, Damon Albarn põe de parte a hipótese de voltar a gravar e atuar ao vivo com os Blur.
Apesar de todas as notícias que davam como certo o regresso da banda inglesa aos discos, Albarn garante que o concerto de 12 de agosto, na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres, será o último dos Blur. O vocalista não tem, também, planos de gravar com os antigos companheiros.
"É muito fácil gravar com o Graham [Coxon, guitarrista]. Com os outros dois [o baixista Alex James e o baterista Dave Rowntree] é mais difícil voltar a ligar-me. Quando tocamos ao vivo tudo bem, ainda há magia. Mas gravar coisas novas e trocar influências musicais é bastante difícil", explica.
Questionado pelo jornalista se os Blur chegaram ao fim, Albarn responde: "Muito provavelmente, sim. Oh meu Deus...".
Quanto aos Gorillaz, o bem sucedido projeto "animado" de Albarn e Jamie Hewlett, o músico recorda-o como "uma coisa maravilhosa e espontânea. Começou com duas pessoas no sofá, a dizer: vamos fazer uma banda!". Também este grupo não tem futuro, afiança Damon Albarn: "É improvável [que os Gorillaz façam mais música]", diz, dando a entender ter-se desentendido com o parceiro da banda.
Na mesma entrevista, Damon Albarn fala ainda sobre como o consumo de heroína poderá ter influenciado o som experimental do álbum 13 , lançado pelos Blur em 1999.
"Oh meu Deus. Diz-me sinceramente: o que é que achas que aconteceu?", pergunta Damon Albarn ao entrevistador, que especula então sobre a capacidade da heroína de "abrir a mente" a certos músicos.
"É uma observação muito astuta, a que fizeste", responde Albarn. "Não discordaria disso", completa, apertando a mão ao jornalista.
O artista diz até ter estranhado que, ao contrário do que sucedeu com a banda da ex-namorada Justine Frischmann, Elastica, a imprensa britânica não comentasse a alegada influência da droga na música dos Blur.
"Achei que as pessoas estavam a ser simpáticas e não queriam ligar muito a isso. Porque, embora eu concorde completamente com a tua observação astuta, a verdade é que qualquer experiência pode tornar-se um hábito, e pode passar a dominar a tua vida. Eu nunca discordaria da capacidade das drogas de nos iluminarem, mas também respeito o seu poder. Tens de ter muito boas intenções [para que as coisas não corram mal]".
Atualmente, Damon Albarn trabalha num disco a solo e no projeto Rocet Juice and the Moon.
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