terça-feira, 31 de maio de 2011

Malick outra vez...





Este texto foi publicado na edição de 25 de Maio do DN com o título “Como se todo o mundo coubesse num filme”.

É como se todo o mundo pudesse morar dentro de um filme. Vencedor aclamado em Cannes no passado domingo, o novo filme de Terrence Malick é um daqueles raros objectos de cinema que, um dia, se sentará ao lado de um 2001: Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick no panteão das obras maiores da história da sétima arte. É um filme de grande fôlego. De narrativa por vezes mais sugerida que mostrada. De fotografia impressionante. Pensado com um ritmo de montagem que tudo une como se de uma só peça se tratasse. Com música que amplifica a dimensão quase operática da sua identidade. Mostrando um elenco onde encontramos nomes maiores do nosso tempo como Brad Bitt, Jessica Chastain ou Sean Penn. Mas no fim, e tão simplesmente, um muito pessoal, e místico (podemos dizer mesmo religioso) olhar sobre a vida.






A música é outra das presenças-chave na definição da ideia de “obra total” que podemos encontrar neste novo filme de Malick, aprofundando uma relação que decorre também dos seus filmes anteriores. Se Alexandre Desplat foi chamado a assinar a partitura original que suporta o corpo da música, excertos de obras de Brahms, Preisner, Górecki, Kanchelli, Bach ou Berlioz são depois as vozes que se destacam num corpo sonoro que, de tão coeso, se torna indissociável das imagens, fazendo deste filme uma obra maior que, certamente, será recordada pela história do cinema.










Sobre a música em A Árvore da Vida podem ler outro texto aqui.



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