Dizer que desapareceu o manager dos Sex Pistols é talvez a mais redutora das formas de noticiar a morte de Malcolm McLaren. De facto foi o manager dos Sex Pistols (e também de Adam Ant e, depois, dos Bow Wow Wow) e figura absolutamente central na história do punk (sem ele, a história talvez hoje se contasse de uma outra maneira)… Chegou à música pelas roupas, sendo presença fulcral ao lado de Vivien Westwood em lojas que marcaram a Londres de 70…
Mas Malcolm McLaren foi mais que uma força de bastidores na história da música popular. E a sua discografia, mesmo que não muito extensa, gerou alguns títulos marcantes sobretudo nos dias de 80, vincando a diferença pela forma como sempre olhou adiante do seu tempo. Na verdade, Malcolm McLaren foi dos primeiros músicos europeus a assimilar sinais da então emergente cultura hip hop logo no seu álbum de estreia, Duck Rock, editado em 1983 (onde marcavam ainda presença as músicas de África e das Caraíbas). No ano seguinte, em Fans cruzava de forma provocadora (e cativante) os universos da ópera e da pop. Em 1989 Waltz Darling revelava, ainda antes do Vogue de Madonna, uma atenção para uma forma de expressão que nascera nos finais de 80 no underground nova iorquino. E em 1994 dedicava uma das suas mais belas colecções de canções à cidade de Paris, na companhia de vozes como as de Françoise Hardy ou Catherine Deneuve.
Ainda experimentou o cinema e a televisão. E chegou a falar de ambições na política. Morreu ontem, aos 64 anos, na Suíça.
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