Mergulhado, ele próprio, em um período de profunda depressão durante as filmagens de "Antichrist", Von Trier parece desacreditar dos artíficios da razão. "Freud morreu", sugere. "O caos reina". Árvores retorcidas com galhos que lembram chifres, filhotes de animais mortos e sons de gelar a espinha compõem o cenário perfeito para ilustrar a tese do diretor de que "a natureza é a igreja de Satanás". Não se trata da natureza em seu sentido mais geral, entretanto. A fonte de todo o mal que transborda de "Antichrist" está na natureza humana, mais especificamente - como já apontavam os detratores da bruxaria do passado - nos mistérios do sexo feminino. É assim que, aos poucos, o que era para ser uma experiência terapêutica vai se transformando em uma sessão de tortura digna dos mais sanguinários filmes do gênero (e com requintes de perversidade, aliás, nada estranhos a outros longas do diretor, como "Dogville" e "Manderlay").
A atmosfera sombria do filme e algumas cenas realmente perturbadoras de sexo e mutilação fizeram com que parte dos jornalistas presentes à sessão neste domingo caísse na gargalhada. Riram de nervosismo, por certo. Pois o anticristo de Von Trier não tem nada, nada mesmo de engraçado.
A atmosfera sombria do filme e algumas cenas realmente perturbadoras de sexo e mutilação fizeram com que parte dos jornalistas presentes à sessão neste domingo caísse na gargalhada. Riram de nervosismo, por certo. Pois o anticristo de Von Trier não tem nada, nada mesmo de engraçado.
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