Brendon Anderegg e Koen Holtkamp respondem como Mountains na hora de se apresentar como músicos. E Choral, o álbum através do qual assinalam a sua estreia para a Thrill Jockey, dá razão ao nome que escolheram para se dar a conhecer como criadores de paisagens sonoras. Não os tomemos por paisagistas, nem descendentes de uma lógica narrativa que fez escola junto de alguns compositores no século XIX. Porém, as visões que nos propõem no ciclo de temas que revelam em Choral sugerem pontos de fuga para lá do buliço urbano em contemplação tranquila, silenciosa, mas nem por isso desértica. O álbum lança-nos através de seis momentos onde se revelam caminhos traçados por electrónicas, instrumentos acústicos e sons ocasionais que acrescentam texturas a acontecimentos que, lentamente, evoluem e revelam formas. A identidade “essencialmente” ambiental desta música já lhes valeu comparações a Brian Eno. Porém, ao perfeccionismo do meticuloso trabalho de estúdio de Eno, que pode até ter constituído um motivo de reflexão, os Mountains respondem com uma música simples e, ao que parece, registada como se tocada ao vivo. Entre drones e ténues sugestões de melodia, Choral nasceu em espaço caseiro (em Brooklyn). Uma experiência interessante, que assimilou (e transformou já) sugestões do minimalismo, buscando sons que vivem entre o silêncio.
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