segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Nickel Eye


Ninguém duvida que, entre a multidão de bandas nascidas na presente década, os Strokes são das poucas que já têm o seu lugar assegurado na grande história da música popular. Contudo, na hora de trabalhar em nome próprio, ou seja, quando se apresentam nos seus projectos a solo, os elementos da banda raramente ultrapassam a barreira da discreta mediania... Albert Hammon Jr teve um bom álbum de estreia, mas o segundo foi uma das maiores desilusões dos últimos tempos. Casablancas lançou um single com Santogold e Pharell Williams. O baterista Fabrizio Moretti acaba de editar a estreia de Little Joy... E agora surge o projecto Nickel Eye, aventura paralela do baixista Nikolai Fraiture, que se apresenta no álbum de estreia The Time Of The Assassins. O disco, como de resto já vimos em anteriores experiências de “Strokes” a solo, afasta-se substancialmente da linguagem habitual nas canções da banda. É um disco essencialmente entregue a um desejo de assimilar as heranças de cantaurores de referência na canção norte-americana de 70, nomeadamente as figuras de Neil Young e Bruce Springsteen. Apesar das contribuições de Regina Spektor e Nick Zinner (dos Yeah Yeah Yeahs), o álbum é um acontecimento morno a dar para o frio. A escrita tenta a construção de histórias, mas a composição não lhes dá cenário, tal como a voz não encanta na narração. Ocasionalmente aproxima-se de terreno “Strokes” e então ganha luz e viço (como em You and Everyone Else, uma das melhores canções do disco). Mas na essência Nikolai Fraiture e os seus Nickel Eye parecem perdidos numa existência parda, à qual estas canções não dão outra forma nem mais cor.

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